A Ucrânia e a Síria restauraram formalmente suas relações diplomáticas nesta quarta-feira (24/9), em Nova York, após reunião entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o novo chefe de Estado sírio, Ahmed al-Sharaa, durante a 80ª Assembleia Geral da ONU.
O anúncio foi feito pelo líder ucraniano em suas redes sociais. “Hoje, a Ucrânia e a Síria assinaram um Comunicado Conjunto sobre o restabelecimento das relações diplomáticas. Saudamos este importante passo e estamos prontos para apoiar o povo sírio no caminho para a estabilidade”, escreveu.
Today, Ukraine and Syria signed a Joint Communiqué on the restoration of diplomatic relations. We welcome this important step and are ready to support the Syrian people on their path to stability.
During our negotiations with President of Syria Ahmed al-Sharaa, we also discussed… pic.twitter.com/HBXsoaRob8
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) September 24, 2025
Segundo Zelensky, os dois presidentes discutiram oportunidades de cooperação e ameaças de segurança compartilhadas. “Também concordamos em construir relações baseadas no respeito mútuo e na confiança”, completou.
Ruptura em 2022 e queda de Assad
A retomada do diálogo só se tornou possível após a queda de Assad, em dezembro de 2024. Pouco depois, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, viajou à Síria para uma rodada inicial de conversas com a nova liderança.
Moscou manteve forte presença militar na Síria desde 2015, em apoio a Assad contra grupos opositores. Tropas russas no país foram acusadas pela ONU e por organizações internacionais de cometer crimes de guerra. Após a derrubada de seu regime, Assad e sua família fugiram para Moscou, onde vivem exilados.
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Retorno sírio à ONU
A presença de al-Sharaa na Assembleia Geral da ONU representou a primeira participação de um chefe de Estado sírio no encontro em seis décadas.
Atual presidente da Síria, ele se tornou nesta quarta-feira o primeiro líder sírio em 58 anos a discursar na Assembleia Geral da ONU. Com um passado marcado pela atuação em grupos como Al-Qaeda e Estado Islâmico, o ex-comandante rebelde subiu ao púlpito e falou diante dos chefes de Estado e diplomatas.
Sua ascensão ocorreu após a queda de Bashar al-Assad, em dezembro de 2024, encerrando um ciclo de mais de uma década de guerra civil. À frente da ofensiva que derrubou o antigo regime, o novo líder promete uma gestão menos autoritária e busca apoio externo para a reconstrução do país.
Apesar das ligações anteriores com o jihadismo, incluindo o posto de comandante da Al-Qaeda na Síria, ele tem conseguido estreitar laços com os Estados Unidos e com países da União Europeia (UE), que sinalizam disposição em dialogar com seu governo.
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