Cleberson Paulo dos Santos, conhecido também pelos vulgos “Nego Mimo”, “Nego Limo”, ou “Mimo”, foi morto pela Tropa de Choque da Polícia Militar (PM), nesta terça-feira (23/9), após um tiroteio na Vila Curuçá, zona leste de São Paulo. Na casa onde ele estava, é possível ver as marcas do confronto.
Um vídeo obtido pelo Metrópoles mostra o caminho que leva até o quarto, onde o suspeito de ser membro da Sintonia dos 14 aparenta ter sido baleado. No cômodo, há marcas de tiros e uma poça de sangue no chão.
Veja vídeo:
O quarto onde estão as marcas de tiros fica no andar superior da casa. Nas escadas já é possível ver pequenas manchas de sangue. Nas paredes do cômodo é possível contar pelo menos quatro perfurações na parede causadas pelos disparos.
No escudo balístico usado pelos policiais do 3° Batalhão de Choque, envolvido na ocorrência, também há uma marca de tiro.
6 imagens



Fechar modal.
1 de 6
Escudo balístico do Choque danificado após confronto com suspeito de integrar a Sintonia dos 14
Divulgação/ Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo
2 de 6
Suspeito foi morto após troca de tiros com a Tropa de Choque da PM
Divulgação/ Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo
3 de 6
Polícia diz que suspeito atirou contra os agentes durante abordagem
Divulgação/ Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo
4 de 6
arma localizada na casa onde troca de tiros deixou um morto na zona leste de SP
Divulgação/ Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo
5 de 6
Escudo balístico do Choque apresenta marcas de tiros
Divulgação/ Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo
6 de 6
Arma apreendida na casa onde a PM matou membro da Sintonia dos 14, do PCC
Divulgação/ Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo
Segundo a polícia, o suspeito foi localizado na Rua Luiza Rosa Paz Landim e, ao perceber a presença policial, efetuou disparos de arma de fogo contra os militares, que revidaram e mataram o suspeito.
Sintonia dos 14
Mimo é apontado como membro da Sintonia dos 14, ou Bonde dos 14, grupo do Primeiro Comando da Capital (PCC) responsável por planejar a morte de autoridades do estado de São Paulo, incluindo o ex-delegado Ruy Ferraz Fontes. A reunião teria acontecido em 2019.
Na época, ele foi citado como liderança disciplinar de integrantes em liberdade, atuando na zona leste da capital. Documentos apreendidos comprovaram sua participação em planos que incluíam atentados contra o então delegado-geral.
Cleberson estava foragido do Centro de Detenção Provisória de Valparaíso desde 2022, após não retornar de uma saída temporária. Ele havia sido condenado por homicídio. Com a fuga, o suspeito deixou de cumprir 10 anos de prisão que ainda restavam de sua condenação.
Mimo tinha passagens pelos crimes de roubo, homicídio, associação criminosa, associação ao tráfico de drogas, corrupção de menor, uso de documento falso e falsificação de documento público.
O que se sabe sobre a execução
A polícia usa imagens de câmeras de segurança para entender a dinâmica do crime que vitimou o ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, no dia 15 de setembro, no litoral paulista.
Um vídeo obtido pelo Metrópoles mostra o momento em que os criminosos dera início à emboscada. Eles estacionaram um carro em uma rua próxima da Prefeitura de Praia Grande, onde a vítima trabalhava como titular da Secretaria de Administração, às 18h02.
Após 14 minutos, o veículo de Ruy Fontes aparece na gravação, passa ao lado dos criminosos e é alvo de tiros. Ruy tenta fugir, mas é perseguido, bate o carro em um ônibus após cerca de 2,5 quilômetros e é executado.
Nenhuma linha de investigação descartada
Autoridades da SSP não descartam a participação de agentes públicos na execução de Ferraz. Além de ter sido inimigo número 1 do PCC quando atuava como delegado, Ruy Ferraz tinha inimizades dentro da polícia e trabalhava como secretário de Administração em Praia Grande, onde pode ter contrariado interesses locais. Oficialmente, nenhuma hipótese é descartada pela cúpula da SSP.
6 imagens



Fechar modal.
1 de 6
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo
Divulgação/Alesp
2 de 6
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo
Divulgação/Prefeitura de Praia Grande
3 de 6
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo
Divulgação/Alesp
4 de 6
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo
Reprodução/Prefeitura de Praia Grande
5 de 6
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo
Divulgação/Polícia Civil
6 de 6
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil de SP
Divulgação/Polícia Civil de SP
Internamente na Polícia Civil, a ação tem sido comparada à execução do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, inimigo do PCC morto com 10 tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. De acordo com as investigações, três PMs teriam sido contratados pela facção para executar o crime.
Entre as linhas de investigação sobre o mando do crime, a força-tarefa acredita em uma possível vingança do PCC. Ruy Ferraz foi o primeiro delegado a investigar a facção no estado, no começo dos anos 2000, e atuou na transferência algumas das principais lideranças para presídios federais de segurança máxima, como Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
27 imagens



Fechar modal.
1 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
2 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
3 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
4 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
5 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
6 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
7 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
8 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
9 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
10 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
11 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
12 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
13 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Redes sociais
14 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Redes sociais
15 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Redes sociais
16 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Redes sociais
17 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Redes sociais
18 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
19 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
20 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
21 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
22 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
23 de 27
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Redes sociais
24 de 27
O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Valentina Moreira/Metrópoles
25 de 27
O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Valentina Moreira/Metrópoles
26 de 27
O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Valentina Moreira/Metrópoles
27 de 27
O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Valentina Moreira/Metrópoles
Quem era Ruy Ferraz
- Ruy Ferraz Fontes atuou por mais mais de 40 anos Polícia Civil de São Paulo era especialista na facção criminosa PCC.
- Ele iniciou a carreira como delegado de polícia titular da Delegacia de Polícia do Município de Taguaí, do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter) 7.
- Durante a vida profissional, foi delegado de Polícia Assistente da Equipe da Divisão de Homicídios do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
- Também atuou como delegado de Polícia Titular da 1ª Delegacia de Polícia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
- Além disso, Ferraz foi delegado de Polícia Titular da 5ª Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Furtos e Roubos a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e comandou outras delegacias e divisões na Capital.
- O então secretário de Administração de Praia Grande também esteve à frente da Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo e foi Diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DECAP).
- Ele ainda foi professor Assistente de Criminologia e Direito Processual Penal da Universidade Anhanguera e atou como Professor de Investigação Policial pela Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo (Acadepol).
- Ruy assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande em janeiro de 2023, permanecendo na gestão que se iniciou em 2025, até ser morto nessa segunda-feira.
- O policial também foi o primeiro delegado a investigar a atuação do PCC no estado, enquanto chefiava a Delegacia de Roubo a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), no início dos anos 2000.
- Ele foi jurado de morte por Marco William Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC, em 2019, após o criminoso ser transferido para o sistema penitenciário federal.
