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    Vítima de PM acusado de matar policial foi baleada atrás da cabeça

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    Um mês antes de matar o policial civil Rafael Moura em uma biqueira no Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, o sargento da Polícia Militar (PM) — que atua na Rota — Marcus Augusto Costa Mendes participou de um homicídio em que a vítima foi baleada na parte de trás da cabeça. Como revelado pelo Metrópoles, a morte ocorreu a menos de 500 metros de onde o policial civil foi fuzilado.

    O suspeito, que até então não havia sido identificado, é Rick Alves Marinho, de 27 anos. Ele morreu de traumatismo cranioencefálico, provocado por um projétil que atingiu a parte de trás da lateral esquerda do crânio, em direção à parte frontal. O tiro, de acordo com o perito do Instituto Médico Legal (IML), provocou “laceração encefálica grave” e “fratura craniana”.

    Além do disparo na cabeça, Rick foi atingido por um projétil na parte direita do tórax, que causou “laceração pulmonar grave e sangramento torácico interno”.

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    No último dia 26 de agosto, o inquérito policial foi prorrogado, a pedido do delegado Gilson Adolfo Matos Júnior, responsável pela investigação.

    Em seu depoimento, o sargento Marcus Augusto Costa Mendes disse que, no momento da ocorrência, estava em patrulhamento com o cabo Robson Santos Barreto, quando a dupla decidiu verificar um ponto conhecido de tráfico de drogas, na rua Lisse. Ele relata que, chegando ao local, se deparou com quatro indivíduos que teriam corrido. Um deles teria entrado em uma casa, sendo seguido pelos PMs.

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    De acordo com os policiais militares, foi necessário efetuar disparos porque o suspeito estaria armado. O boletim de ocorrência não especifica quantos disparos efetuou cada um dos PMs, nem quantos foram disparados no total. As armas foram apreendidas.

    Policial civil baleado

    O sargento Mendes baleou o policial civil Rafael Moura da Silva, no último dia 11 de julho, após supostamente ter confundido a vítima com um traficante. As imagens da câmera corporal do PM mostram ele usando uma chave para abrir o portão que dava acesso a uma viela e correndo por entre as casas. De repente, ao dar de cara com o policial civil, ele efetua quatro disparos.

    Assista:

    Ao determinar a instauração de um inquérito para apurar o ocorrido, o delegado Antonio Giovanni Neto afirmou que, em um primeiro momento, o caso é tratado como legítima defesa putativa, quando alguém, de forma equivocada, acredita estar sob injusta agressão e age como se estivesse em legítima defesa. Segundo a autoridade policial, não é possível determinar se houve excesso.

    “Sendo assim, decide esta autoridade policial pela apuração investigativa em profundidade, eis que a dinâmica dos fatos, num juízo cognitivo sumário carece dessa apuração. O inquérito policial será instaurado”, diz o delegado no boletim de ocorrência.

    “[…] O inquérito policial instaurado poderá, com a profundidade que trará os elementos de informação e as provas cautelares, não receptíveis e antecipadas, revelar a ausência ou a presença dos elementos de culpa e se o erro era evitável ou não”, acrescenta o delegado Antônio Giovanni Neto.

    4 imagensPortão que bloqueia viela no Capão RedondoO policial civil Rafael Moura foi baleado por três tiros, disparados pelo sargento da Rota Marcus Augusto Costa MendesPolícia Civil estava no local investigando latrocínio, e Rota estava em patrulhamento de rotinaFechar modal.1 de 4

    Beco em que um policial civil foi morto por um PM da Rota, no Capão Redondo, zona sul de São Paulo

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    Portão que bloqueia viela no Capão Redondo

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    O policial civil Rafael Moura foi baleado por três tiros, disparados pelo sargento da Rota Marcus Augusto Costa Mendes

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    Polícia Civil estava no local investigando latrocínio, e Rota estava em patrulhamento de rotina

    Material cedido ao Metrópoles