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    A estrela de Lula (por Mirian Guaraciaba)

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    O Presidente conquistou, mais uma vez, a plateia selecionada da Conferência da Organização das Nações Unidas, há uma semana. No 80º. encontro dos membros da ONU, Lula fez o melhor discurso entre todos os presidentes brasileiros que por ali passaram. Lula confrontou o que se vive hoje nesse mundo dividido, em guerra, injusto e faminto. Fez diagnostico preciso. Ousou sugerir mudanças.

    Lula defendeu princípios em que sempre acreditou. Palestina livre! Endossou na presença de assessores de Trump – e do próprio, que assistia ao discurso numa sala reservada – a bandeira erguida por mais de 100 países, reconhecendo o Estado da Palestina. Mais uma vez, condenou o genocídio praticado por Israel em Gaza, contra homens, mulheres, velhos e crianças. E sua comitiva se retirou quando Netanyahu discursou.  É o que move Lula, a defesa dos que não a tem.

    A emoção do Presidente ao falar da Palestina só não é maior ao falar de fome, flagelo que o nordestino sofreu na pele, ao lado de sua mãe, dona Lindu, e sete irmãos. Quando lembra de sua infância e juventude, Lula chora, tamanha sua dor. Na ONU, a voz do presidente brasileiro alertou organismos internacionais e chefes de governo: 3 bilhões de pessoas em todo o mundo convivem com a insegurança alimentar – destas, 670 milhões passam fome.

    Lula tirou proveito da audiência. Mostrou sua indignação com a decisão dos Estados Unidos de Trump de voltar a considerar Cuba como um país que “patrocina o terrorismo”. Isso é inceitável, cutucou Lula. Em 2015, sob Barak Obama, Cuba havia sido da lista dos países mal vistos pelos EUA. Lula sempre foi parceiro de Cuba. E se tem uma coisa que o caracteriza é a lealdade.

    Lula valorizou a plateia distinta de chefes de governo e representantes de mais de 150 países, e tratou de um assunto absolutamente caro a ele e à sociedade brasileira. Informou, para quem não sabia, que, pela primeira vez na nossa história, um ex-presidente da República do Brasil foi condenado por atentar contra o estado democrático de direito.

    Lula pode estar vivendo o melhor momento de seu terceiro mandato. Pesquisas indicam a volta de sua popularidade. Hoje, segundo Ipesp, a avaliação positiva é maior que a negativa. Outro indicador mostra que 38% dos entrevistados vem mais noticias positivas sobre o governo, contra 35%.

    Mais uma evidência foram as manifestações de domingo, 21/09. Milhares de brasileiros protestaram contra a anistia pretendida pelos criminosos e endossada pelo presidente da Câmara, Hugo Mota. Sem anistia para golpistas, gritaram. Ponto para Lula, mais uma vez.

    A anistia, balela defendida pela oposição, tem nome, Bolsonaro. A desculpa é a pior possível: vamos pacificar o País, disse o presidente da Câmara, ao defender o projeto. A pergunta é “pacificar o que?

    O Brasil segue seu rumo, o governo anda bem avaliado, os indicadores sociais vão bem, obrigada. Cínicos, o único objetivo é inocentar Bolsonaro. Mas ele não será descondenado, nem seu filho Eduardo, que continua exilado nos EUA, pregando contra o Brasil, escapará da Justiça. Eduardo terá o mandato cassado e responderá pelo crime de lesa Pátria. Enquanto isso, Tarcisio de Freitas repete a ladainha de Hugo Mota: “Anistia para pacificar o País”. Conversa mole. Querem apenas cessar as crises de soluços de Bolsonaro.

    VERGOLHA ALHEIA – NOS EUA  Certamente, você nunca viu, em países dito civilizados, centenas de militares de alta patente serem humilhados publicamente por um chefete civil. Pois, o Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, convocou os poderosos militares americanos, muitos dos principais generais e almirantes do Pentágono, para anunciar medidas de comportamento, aparência física, mulheres, e ideologia.

    “Medidas necessárias para consertar décadas de decadência militar”. O fim da cultura “woke”, disse ele, condenando especialmente os gordos. Depois de sugerir que as mulheres militares não serão capazes de fazer o que os homens fazem, disparou: “É completamente inceitável ver generais e almirantes gordos nos corredores do Pentágono”. Aos 800 militares que o ouviam em absoluto silêncio, recomendou a renúncia se não gostarem das novas regras.

     

    Mirian Guaraciaba  é jornalista