MAIS

    “A fome é uma escolha política”, diz Lula em artigo internacional

    Por

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou um artigo de opinião, nesta segunda-feira (13/10), em diversos veículos da imprensa internacional. No texto, Lula diz que a existência da fome é uma escolha política, fruto de “governos e sistemas econômicos que optaram por fechar os olhos para as desigualdades”.

    O artigo critica a desigualdade econômica mundial e os gastos militares das nações, e defende uma justiça tributária que inclua os pobres no orçamento e taxe os super-ricos, citando como exemplo a medida brasileira de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, que está em vias de ser aprovada.

    O petista também citou que o Brasil propôs a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e saiu do mapa da fome da ONU.

    Lula destacou que em 2024, as nações mais ricas ajudaram a impulsionar o ano com o maior aumento em gastos militares desde o fim da Guerra Fria (cerca de US$ 2,7 trilhões), mas não cumpriram o compromisso que assumiram de investir 0,7% do PIB em ações concretas para a promoção do desenvolvimento nos países mais pobres.

    Combate à fome e às mudanças climáticas

    No artigo, publicado a pouco menos de um mês da COP30, que será realizada em Belém (PA), o presidente da República fez uma relação entre o combate à fome e a luta contra mudanças climáticas.

    “Ao sediar a COP30 na Amazônia, no mês que vem, o Brasil quer mostrar que o combate à mudança do clima e o combate à fome e à pobreza precisam andar juntos. Queremos adotar, em Belém, uma Declaração sobre Fome, Pobreza e Clima”, destacou Lula.

    O presidente reforçou a relação entre a fome e clima também durante sua fala na reunião do Conselho de Campeões da Aliança contra a Fome e a Pobreza, ocorrido em Roma (Itália) nesta segunda, e disse que pretende pautar o assunto na COP30.

    Leia também

    Brasil saiu do mapa da fome

    Lula destacou que, desde o início de 2023, 26,5 milhões de brasileiros deixaram a insegurança alimentar, ressaltou mecanismos de transferência de renda e políticas destinadas à alimentação gratuita em escolas públicas.

    “O Brasil ainda tem muito a avançar até garantir a plena segurança alimentar a toda sua população, mas seus resultados confirmam que a ação do Estado é capaz, sim, de vencer o flagelo da fome”, destacou Lula.

    “A humanidade, que criou o veneno da fome contra ela mesma, também é capaz de produzir o seu antídoto”, finalizou o presidente.