Martin de Luca, advogado do presidente dos EUA, Donald Trump, insinuou, nesta quinta-feira (30/10), que instituições brasileiras, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), compactuam com o crime organizado. A declaração se refere ao posicionamento dos tribunais após a megaoperação comandada pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, na última terça-feira (28/10), que resultou na morte de 121 pessoas.
“Um dia depois de o governador do Rio, Cláudio Castro, liderar a maior operação do Brasil contra o Comando Vermelho — grupo que os EUA estão considerando designar como organização terrorista estrangeira —, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), composto pelos ministros do STF repentinamente marca seu julgamento para possível destituição do cargo”, postou Luca.
O advogado ainda disse: “O governador do Rio é um dos funcionários dispostos a enfrentar o crime organizado, algo que o governo federal parece relutante em fazer. A mensagem transmitida por isso não poderia ser pior. Aqueles que combatem os narcotraficantes são investigados e ameaçados de destituição. O Brasil não pode derrotar o crime organizado se suas instituições punirem a coragem e recompensarem a paralisia”.
O comentário do advogado é feito um dia após o TSE marcar para 4 de novembro o julgamento que pode tornar Castro inelegível. O governador entrou na mira da Justiça Eleitoral em 2022, acusado de abuso de poder político e econômico. Ele chegou a ser absolvido pelo TRE do Rio, mas o Ministério Público Eleitoral recorreu ao TSE.
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STF se manifesta sobre megaoperação
Nessa quarta-feira (29/10), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, publicou decisão para que Castro preste uma série de esclarecimentos a respeito da megaoperação.
Segundo o documento, o governador deve explicar ponto a ponto a operação, conforme pedido pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH).
Operação mais letal da história do Rio
Na última terça (28/10), a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), em conjunto com a Polícia Militar (PMRJ) e o governo do Rio, realizou megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, que contam com pelo menos 26 favelas, contra o crime organizado.
A ação policial resultou em 121 pessoas mortas, entre suspeitos de envolvimento com o crime e policiais que participavam da operação. Além dos mortos, quase 100 pessoas foram presas.
Segundo o governo do Rio de Janeiro, 2,5 mil agentes de segurança do estado participaram da megaoperação. A ação é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro.
