A investigação da Polícia Federal (PF) que mira um ex-aluno da Universidade Federal de Campina Grande (PB) por ameaças contra uma procuradora e professores da faculdade aponta que ele tentou fazer com que os docentes que depuseram contra ele em um processo administrativo mudassem seus depoimentos.
O processo, aberto depois de ameaças proferidas pelo aluno, levou à sua expulsão. Descontente com o andamento do caso, ele tentou fazer com que os docentes que depuseram contra ele mudassem suas versões.
Tal comportamento foi definido como um dos mais graves do investigado por pessoas a par das apurações. O inquérito contra ele foi aberto em agosto deste ano.
O ex-aluno também é investigado por coação no curso de processo e foi alvo de um mandado de busca e apreensão com aplicação de medidas impositivas, como proibição de se aproximar das vítimas e de frequentar os prédios públicos da universidade e do MPF.
Durante a ação, ele foi conduzido para avaliação psiquiátrica. A PF chegou a pedir sua prisão preventiva, mas ela foi negada pela 14ª Vara Federal do Juízo de Garantias da Seção Judiciária de Campina Grande -juízo que autorizou as demais medidas cumpridas pelos agentes.
Segundo a investigação, ele proferiu uma série de ameaças -algumas inclusive via mensagens de WhatsApp – contra a vida e integridade física das vítimas caso não houvesse mudança no desfecho do processo administrativo que atendiam aos seus interesses.
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Segundo apurou a coluna, o aluno também apresentava um comportamento agressivo, o que causou medo tanto em uma professora, quanto na procuradora. Ele também apresentava reações diferentes a depender do sexo do interlocutor -sendo normalmente mais agressivo com mulheres.
É por isso que a PF afirma que o nome da operação, “Fúria”, faz alusão ao estado emocional que o investigado externou quando de sua visita à Sala do Cidadão na sede do MPF em Campina Grande.
De acordo com a corporação, o investigado poderá ser responsabilizado, em tese, pelos crimes de ameaça e coação no curso de processo, cujas penas somadas podem ultrapassar 4 anos de prisão, sem prejuízo da imputação de outras condutas delitivas, conforme análise pericial do material apreendido.
“A ação integra o conjunto de medidas estratégicas voltadas à repressão de delitos que atentam contra a integridade física de mulheres no exercício de suas funções, observando rigorosamente os preceitos normativos vigentes e os fundamentos constitucionais do princípio da proteção integral, consagrado no ordenamento jurídico brasileiro, afirma a PF.