Durante visita à Indonésia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas nesta quinta-feira (23/10) ao protecionismo, além de defender o uso de moedas locais no comércio, como uma alternativa ao dólar. A declaração ocorre em meio à possibilidade de encontro entre o petista e o chefe da Casa Branca, Donald Trump, no país asiático.
“Indonésia e Brasil não querem uma segunda Guerra Fria. Nós queremos comércio livre. E, mais ainda: tanto a Indonésia quanto o Brasil têm interesse em discutir a possibilidade de comercialização entre nós dois ser com as nossas moedas. Essa é uma coisa que nós precisamos mudar”, disse Lula, em declaração à imprensa na manhã desta quinta-feira (23/10).
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Para o petista, “o Século XXI exige que tenhamos a coragem que não tivemos no Século XX. Exige que a gente mude alguma forma de agirmos comercialmente para não ficarmos dependentes de ninguém. Nós queremos multilateralismo e não unilateralismo. Nós queremos democracia comercial e não protecionismo”.
Trump, desde o início do mandato, tem atacado a ideia promovida sobretudo por Lula, mas também por outros países do Brics, para reduzir a dependência do dólar no comércio internacional.
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Lula se reuniu com o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, após uma cerimônia de visita de Estado no Palácio Merdeka. Na ocasião, os líderes assinaram atos nas áreas de agricultura, energia e mineração, ciência e tecnologia e comércio.
Lula defendeu também a ampliação do fluxo comercial com a Indonésia, hoje na marca de US$ 6 bilhões. “É pouco, presidente, é pouco para a Indonésia, é pouco para o Brasil, e eu acho que o povo da Indonésia e o povo do Brasil merecem que nós façamos um sacrifício maior para garantir que o comércio entre Indonésia e Brasil cresça de acordo com o crescimento da nossa população”, frisou.
Reunião com Trump
A viagem à Ásia pode marcar o encontro entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os líderes conversaram por telefone no início do mês e sinalizaram o interesse em se reunir presencialmente.
O encontro deve ocorrer no domingo, na Malásia, onde os dois participarão da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). A reunião será mais um passo para arrefecer as relações entre Brasil e Estados Unidos, e reverter as tarifas de 50% impostas pela Casa Branca a produtos brasileiros.