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    Apesar de alta no lucro, Bradesco vê ações caírem forte. Entenda

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    As ações do Bradesco negociadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3) registravam forte queda no pregão desta quinta-feira (30/10), um dia depois de o banco divulgar seus resultados financeiros trimestrais.

    Por volta das 10h30 (pelo horário de Brasília), os papéis do Bradesco tombavam 4,41%, cotados a R$ 18.

    Na véspera, o banco divulgou os dados do balanço financeiro referentes ao terceiro trimestre deste ano. À primeira vista, os resultados foram considerados positivos pelo mercado, mas a percepção mudou nesta quinta-feira, dadas as expectativas muito elevadas que eram depositadas sobre o desempenho do banco.

    Em linhas gerais, o mercado avaliou os resultados do Bradesco como positivos, mas entendeu que eles poderiam ter sido ainda melhores.

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    Como foram os resultados do Bradesco

    O banco reportou um lucro líquido recorrente de R$ 6,2 bilhões no período entre julho e setembro de 2025, o que representou  alta de 18,8% em relação ao terceiro trimestre do ano passado.

    A média das estimativas dos analistas do mercado apontava para um lucro líquido de R$ 6,05 bilhões do Bradesco no período, ligeiramente inferior ao resultado alcançado.

    “No terceiro trimestre do ano, demos mais um passo no incremento da nossa rentabilidade. Continuamos com a mesma tração comercial, mantendo os indicadores de inadimplência sob controle, priorizando o retorno ajustado ao risco. A transformação avança, dando sustentação à nossa evolução e reforçando a nossa competitividade de longo prazo”, afirmou o Bradesco em comunicado que acompanhou o balanço.

    Ainda de acordo com os dados reportados pelo banco, o Bradesco teve receitas totais de R$ 35 bilhões no terceiro trimestre, uma alta anual de 13,1%. A margem financeira total subiu 16,9% na comparação anual.

    O banco ainda registrou uma alta de 20,1% no custo de crédito em relação ao mesmo período do ano passado. Já a receita com recuperação de crédito recuou 16,7%, para R$ 805 milhões.

    Segundo o balanço do Bradesco, a inadimplência total acima de 90 dias ficou em 4,1% no terceiro trimestre, o que correspondeu a uma estabilidade em relação ao trimestre anterior e ligeiramente abaixo dos 4,2% de um ano antes.

    Entenda a reação do mercado

    Apesar dos números em geral positivos, a reação do mercado ao balanço trimestral do Bradesco passa longe da euforia até o momento.

    Segundo um relatório de analistas da XP, o banco “continua a consolidar a rentabilidade e melhorar a qualidade dos ativos, confirmando progresso consistente em seu ‘turnaround’ e alinhamento com o ‘guidance’ para 2025″. A recuperação é gradual, mas o Bradesco parece ter consolidado uma nova base de normalização dos lucros, diz o relatório.

    Por outro lado, entre os pontos negativos apontados por analistas do mercado, estão o aumento de 5% nas despesas com provisões, alavancado por casos corporativos – apesar de o custo de crédito ter apresentado melhora.

    Segundo o JPMorgan, que teve uma avaliação neutra para os números divulgados pelo banco, “a qualidade foi boa, mas as expectativas eram altas”.

    O Itaú BBA, por sua vez, avaliou que, no geral, “os números do terceiro trimestre apoiam a continuidade da melhoria e a expansão do retorno sobre o patrimônio líquido em 2026”.