O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniu com o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, na terça-feira (28/10), após a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro.
Uma das principais pautas da conversa foi o projeto que enquadra as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho, além de milícias, como terroristas. A proposta é relatada pelo secretário, que é deputado federal licenciado.



Presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), durante votação da urgência do PL da Anistia
Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública do Governo de São Paulo
Fábio Vieira/Metrópoles
Megaoperação no Rio de Janeiro
RS/Fotos Públicas
Após a operação na capital fluminense, a oposição passou a pressionar o presidente da Câmara a votar a proposta em plenário. A ideia de bolsonaristas é que Derrite retorne ao mandato na próxima semana para articular a votação da proposta.
À coluna, Motta confirmou a reunião com Derrite. O deputado paraibano evitou, contudo, se comprometer em pautar o projeto na próxima semana, como querem os parlamentares bolsonaristas. “Estamos conversando”, disse o chefe da Câmara.
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Motta está mais inclinado a priorizar um projeto do governo chamado de “antifacção”. A proposta, que ainda não foi enviada ao Congresso, cria empresas fictícias para infiltração no crime organizado, com objetivo de coletar informações.
O projeto
Já o projeto relatado por Derrite é de autoria do deputado Danilo Forte (União-CE) e foi apresentado em março, após o Ministério da Justiça negar pedido dos Estados Unidos ao Brasil para que as facções sejam denominadas como terroristas.
O governo alega que a legislação brasileira não prevê esse tipo de enquadramento. Isso porque, segundo técnicos do ministério, as duas facções não se envolvem com crimes de ódio ou religioso, ainda que lucrem com atividades ilegais.
A operação no Rio foi realizada pelas polícias Civil e Militar nos complexos da Maré e do Alemão e mirou o Comando Vermelho. A ação deixou mais de 60 pessoas mortas, o que a torna a mais letal da história. Entre as vítimas, estão quatro policiais.


