MAIS

    Após derrota em MP, governo e PT retomam discurso de “ricos x pobres”

    Por

    A derrota do governo Lula com a medida provisória (MP) que previa uma alternativa à alta do IOF levou lideranças do PT e do Palácio do Planalto a retomarem o discurso de “ricos contra pobres”.

    A MP, que aumentava tributos e previa impulsionar a arrecadação em 2026, ano eleitoral, perderá a validade às 23h59 da quarta-feira (8/10) sem ser votada, após a Câmara retirá-la de pauta.

    3 imagensPresidente Lula durante a 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, no Centro de Treinamento Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, em Luziânia (GO)O presidente Lula participa da Conferência Nacional Infantojuvenil pelo meio ambiente em Luziânia, GoiásFechar modal.1 de 3

    O presidente Lula participa da Conferência Nacional Infantojuvenil pelo meio ambiente em Luziânia, Goiás

    Luis Nova/Especial Metrópoles2 de 3

    Presidente Lula durante a 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, no Centro de Treinamento Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, em Luziânia (GO)

    Reprodução/Secom3 de 3

    O presidente Lula participa da Conferência Nacional Infantojuvenil pelo meio ambiente em Luziânia, Goiás

    Luis Nova/Especial Metrópoles @LuisGustavoNova

    Logo após a decisão da Câmara de deixar a MP caducar sem votá-la, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou no plenário da Casa recorrendo à narrativa de ricos conta pobres.

    “O que eu vejo com clareza no dia de hoje, em primeiro lugar, é que essa turma não quer tributar os mais ricos. Essa medida provisória não é de aumento de impostos. Os senhores sabem que essa medida provisória só toca em 1% da população, que os bancos iam pagar mais juros sobre o capital próprio, por isso derrubaram”, disse o líder do PT.

    À frente da articulação política do governo, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), também investiu no discurso em uma postagem nas redes sociais em que critica os ricos.

    “Hoje ficou claro que a pequena parcela muito rica do país não admite que seus privilégios sejam tocados. Não querem pagar impostos como a maioria dos cidadãos. E não querem que o governo tenha recursos para investir em políticas para a população. Quem votou na Câmara para derrubar a MP que taxava os super ricos votou contra o país e o povo”, escreveu Gleisi no X.

    Leia também

    A estratégia é a mesma usada após a derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do IOF. Na época, os petistas levaram o tema para a internet, destacando que o Centrão defendia os mais ricos em detrimento dos mais pobres.

    A avaliação no PT é de que, mesmo com a derrota do IOF em junho, os aliados de Lula conseguiram reverter o jogo — não apenas no Supremo, mas também na opinião pública, medida pelas redes sociais.

    Por esse motivo, o próprio relator da medida provisória, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), defendeu publicamente que o texto fosse votado, ainda que o governo fosse derrotado em plenário.

    O pedido do relator, contudo, não foi atendido. O mérito da MP sequer chegou a ser votado, após deputados aprovarem, por 251 votos a 193, um requerimento de retirada de pauta da medida.

    A ideia dos petistas agora é usar essa votação de reitada de pauta para criticar o Centrão por deixar a proposta perder a validade — tática que irritou o bloco tanto no episódio do IOF quanto na votação da PEC da Blindagem.

    “Queremos que vote [mesmo com derrota iminente], para saber quem votou a favor ou contra. Vai ter repercussão negativa, não vamos deixar barato. Vai ser disputa política braba. A começar por Tarcísio, que, em vez de governar São Paulo, gasta tempo para prejudicar o governo federal”, disse Zarattini ao Metrópoles.