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    Após Gominho ser roubado, especialistas falam sobre cuidados digitais

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    Gominho passou por um verdadeiro sufoco, na semana passada, após ter seu telefone roubado e ser vítima de um golpe bancário. O apresentador viu criminosos invadirem sua conta e esvaziarem todo o saldo, além de realizarem empréstimos em seu nome. Nas redes sociais, ele disse estar “sem um real” a fraude.

    De acordo com o relato do artista, o gerente do banco pediu para que ele fosse até a polícia para registrar um boletim de ocorrência: “Fizeram um empréstimo e mandaram para uma tal de Emily, Vitória, uma tal de Tarsiane. Eles pegaram da minha conta física, mandaram para minha conta jurídica”, detalhou.

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    Nas redes sociais, ele tem informado aos seguidores sobre o episódio: “E muita gente me perguntando assim: ‘Nossa, mas você está tão calmo, né? Pegaram o seu dinheiro todo. Que nem era muito’. Mas assim, eu sei que estou sem dinheiro, que deu m*, mas, não vou ficar me desesperando, não”, garantiu.

    O que fazer?

    A coluna Fábia Oliveira conversou com especialistas, que deram orientações sobre o que fazer, caso seja vítima assim como Gominho. Segundo a advogada Cátia Vita, especialista em direito bancário, o primeiro passo é não perder tempo.

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    Gominho dando entrevista no Cemitério e Crematório da Penitência

    “Quando a conta é invadida, o primeiro passo é agir rápido: comunique imediatamente o banco, bloqueie senhas e cartões, registre um boletim de ocorrência e solicite o bloqueio das operações suspeitas”, orientou.

    Segundo ela, também é importante acionar o Banco Central, por meio do sistema Registrato, e guardar todos os comprovantes: “Essa agilidade é fundamental para aumentar as chances de recuperação dos valores e responsabilização da instituição financeira”, acrescentou.

    Direito da vítima

    A especialista ressaltou, ainda, que em casos de fraude comprovada, o consumidor tem direito à devolução do dinheiro: “A responsabilidade pela segurança da conta é do banco. Havendo fraude, o consumidor tem direito à restituição dos valores, já que se trata de falha na prestação do serviço”, garantiu, antes de completar:

    “Empréstimos não autorizados também devem ser cancelados. Caso o banco não resolva o problema de forma administrativa, é possível recorrer ao Judiciário para exigir a devolução integral do dinheiro e até mesmo indenização por danos morais”, explicou Cátia Vita.

    Mais detalhes do caso

    Gominho também revelou ter ficado intrigado com a facilidade na qual criminosos invadiram sua conta: “Eu questionei com o meu gerente como eles conseguiram tudo isso. Se tem senha, se tem Face ID…”, pontuou.

    A advogada Ana Rios, especialista em direito cibernético e diretora jurídica da IPV7, destacou que, apesar dos bancos investirem fortemente em segurança, nenhum sistema é infalível.

    “Nenhum sistema digital é absolutamente inviolável, ainda que as instituições financeiras invistam em tecnologias avançadas de proteção. A maior parte dos ataques hoje combina falhas técnicas com estratégias de engenharia social, em que o criminoso manipula a vítima para obter acesso a dados sigilosos”, observou.

    Segundo ela, a responsabilidade do banco depende da origem da falha: “Quando o golpe decorre de uma deficiência técnica ou de falhas nos controles internos, há defeito na prestação do serviço, o que atrai a responsabilidade objetiva do banco, conforme o Código de Defesa do Consumidor e a Súmula 479 do STJ”, esclareceu, ressaltando que em situações nas quais o cliente compartilha senhas ou fornece dados sigilosos, a responsabilidade pode ser parcial ou exclusiva da vítima.

    Proteção dos dados

    Em relação à proteção das contas em dispositivos digitais, Ana Rios reforçou que a segurança começa pelo comportamento do usuário: “Usar apenas aplicativos oficiais, manter o celular e o app atualizados, ativar a autenticação em dois fatores e nunca clicar em links recebidos por mensagens ou e-mails são atitudes básicas, mas decisivas”, orientou.

    A advogada lembrou também que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) impõe às empresas o dever de proteger informações, mas também exige responsabilidade dos usuários: “A tecnologia é segura, mas o fator humano ainda é o elo mais vulnerável”, complementou.

    Papel da Inteligência Artificial nos golpes

    A especialista também comentou o papel crescente da Inteligência Artificial (IA) nos golpes digitais: “A IA é uma ferramenta ambivalente: pode fortalecer os mecanismos de proteção, mas também ser usada por criminosos para criar deepfakes de voz e imagem ou automatizar golpes de phishing”, analisou.

    Segundo ela, os bancos e órgãos de investigação utilizam a IA de forma legítima para detectar anomalias e bloquear operações suspeitas: “Vivemos uma disputa tecnológica: a IA é usada tanto para criar golpes mais sofisticados quanto para combatê-los. O desafio é equilibrar inovação, segurança e responsabilidade jurídica”, concluiu.

    Para evitar cair em golpes, Cátia Vita orienta que o consumidor adote medidas preventivas no dia a dia: “Alguns cuidados são essenciais: nunca compartilhar senhas ou códigos de segurança, evitar acessar aplicativos bancários em redes Wi-Fi públicas, habilitar autenticação em dois fatores e revisar periodicamente as movimentações da conta. Hoje, os golpistas utilizam engenharia social, então a prevenção começa na atenção do consumidor”, alertou.