Após focar na ampliação da faixa de isenção em 2025, o governo Lula ganhou uma carta na manga para tentar surfar no tema do Imposto de Renda (IR) em 2026, ano em que o presidente deve tentar reeleição.
A munição foi dada ao governo Lula durante a votação do projeto de lei que aumenta a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês, na noite da quarta-feira (1º/10), no plenário da Câmara.
Lula, Hugo Motta e Davi Alcolumbre
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
Hugo Motta e Lula
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O presidente Lula na posse de Edson Fachin como presidente do STF
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Na votação, o PSB de Geraldo Alckmin negociou com o relator do projeto, Arthur Lira (PP-AL), a aprovação de um dispositivo que obriga o governo a propor, em até um ano, uma política de correção automática do IR.
O trecho foi incluído por Lira como um meio-termo em relação à proposta original da deputada Tabata Amaral (PSB-SP) de obrigar o governo a corrigir anualmente a tabela do imposto de renda com base no IPCA.
Horas antes da votação do projeto, na quarta-feira, Tabata chegou a se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para apresentar a ideia de correção pelo IPCA e tentar convencer o governo a apoiá-la.
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Atendendo a um pedido do Palácio do Planalto, porém, Lira rejeitou o destaque de Tabata e incluiu no texto apenas a obrigatoriedade de o governo enviar uma proposta de correção automática do IR em 2026.
Com isso, governistas avaliam que Lula terá, em pleno ano eleitoral, a oportunidade de voltar a capitalizar politicamente com o IR, dessa vez com uma proposta de atualização anual da tabela do imposto.
O assunto ainda pode ser retomado na votação do projeto da faixa de isenção no Senado. A aposta de parlamentares aliados a Lula, contudo, é de que o Planalto deve manter a orientação da Câmara e deixar a discussão para 2026.
“Dentro de um consenso dessa Casa, da importância de avançar nessa matéria, nós entendemos que discutir posteriormente uma política nacional de reajuste anual da tabela do imposto de renda seria uma sinalização positiva, tanto dessa Casa, do relator Arthur Lira, como também do governo que teria um prazo máximo de um ano para mandar essa proposta”, disse o deputado Pedro Campos, líder do PSB na Câmara.
