Em meio à repercussão da megaoperação no Rio de Janeiro nesta terça-feira (28/10) para combater o Comando Vermelho, o líder da oposição na Câmara dos Deputados, o deputado Luciano Zucco (PL-RS), criticou o que chamou de “omissão” do governo federal na área da segurança pública.
Em nota divulgada nesta tarde, Zucco também afirmou que o número de mortos na operação mais letal do Brasil “escancara o tamanho do vácuo de comando” do Executivo federal frente à criminalidade.
“O Rio de Janeiro amanheceu em guerra. Uma operação policial que deixou dezenas de mortos e feridos, e um Estado inteiro em pânico, escancara o tamanho do vácuo de comando e da omissão do governo federal diante da violência que devasta a sociedade brasileira”, afirmou.
Zucco também fez coro às declarações do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), de que estaria atuando “sozinho” no estado. “Estamos sozinhos nessa luta hoje. É uma operação maior que a de 2010 e, infelizmente, desta vez, como ao longo deste mandato inteiro, não temos o auxílio de blindados nem agentes das forças federais de segurança e defesa”, reclamou Castro, em entrevista coletiva.
Na nota, o deputado reforçou que Castro teve pedidos de apoio negados pelo governo federal e disse que a tropa “foi sozinha – enfrentando drones com bombas barricadas e um arsenal de guerra em poder do crime organizado”.
“Vítima é o policial que tombou em combate. Vítima é o trabalhador que teve o ônibus incendiado. Vítima é o povo honesto, aprisionado pelo medo, abandonado por um governo que não tem coragem de enfrentar o crime”, acrescentou.
Até o momento, foram contabilizados 64 mortos na operação, dentre os quais dois civis e quatro policiais. Na nota de Zucco, ele afirma que a oposição “se solidariza com os policiais mortos e feridos, com suas famílias e com toda a população do Rio de Janeiro”.
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Governo Lula responde
Depois das cobranças de Castro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública respondeu o governador em uma extensa nota na qual afirma atender aos pedidos do governo fluminense na área de segurança pública.
“O Ministério da Justiça e Segurança Pública tem atendido, prontamente, a todos os pedidos do Governo do Estado do Rio de Janeiro para o emprego da Força Nacional no Estado, em apoio aos órgãos de segurança pública federal e estadual. Desde 2023, foram 11 solicitações de renovação da FNSP no território fluminense. Todas acatadas”, diz o texto.
A ministra das relações institucionais, Gleisi Hoffman, também se pronunciou, dizendo que o episódio violento desta terça-feira demonstra a necessidade do debate sobre a PEC da Segurança, maior aposta do governo federal para a área.
“Ficou mais uma vez evidente a necessidade de articulação entre forças de segurança no combate ao crime organizado. E o fortalecimento da Polícia Federal e outras forças federais no planejamento e na execução das ações conjuntas, não apenas fornecendo armas, equipamentos e tropas para operações decididas isoladamente por governos locais”, afirmou.
