Uma criança de um ano e 10 meses morreu, na madrugada desta terça-feira (14/10), no município de Novo Gama, em Goiás (GO), após dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com diversos hematomas pelo corpo e lesões nas partes íntimas.
A coluna apurou que o Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (SAMU) foi acionado pela mãe da criança, que tem 17 anos. Quando a equipe chegou ao local, a bebê, identificada como Cecília Emanuelle Rodrigues dos Santos, já estava desacordada.
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Cecília chegou a ser levada à UPA e foi submetida a procedimentos de reanimação. Apesar dos esforços das equipes médicas, a criança não resistiu aos ferimentos e morreu.
Na unidade de saúde, a equipe médica constatou que as lesões eram recentes e que a menina tinha múltiplas marcas roxas pelo corpo, além de sangramentos vaginal e anal, compatíveis com abuso sexual.
As versões
A mãe da criança informou à polícia que a filha havia sido levada para Ceilândia (DF) por um tia, no último domingo (12/10), para passar o Dia das Crianças com o pai biológico, Gleison Maicon da Silva Santos, que foi liberado do Complexo Penitenciário da Papuda dias antes ao ser beneficiado com a “saidinha”.
Por volta das 10 horas desta segunda-feira (13/10), a menina foi trazida de volta ao Novo Gama (GO). A mãe contou que, ao chegar em casa, percebeu que a filha já apresentava diversos hematomas pelo corpo, mas que, ao trocar a fralda da bebê, não observou lesões na região íntima da menina.
Ela declarou que, apesar de ter ficado desesperada, não acionou a Polícia Militar, por medo do pai da criança. Segundo a versão da jovem, o homem, com quem ela não se relaciona desde o início do ano passado, é agressivo e já a ameaçou diversas vezes.
A mulher relatou que, inclusive, chegou a registrar um boletim de ocorrência contra o pai da criança, tendo solicitado medida protetiva de urgência. No entanto, ela teria retirado a denúncia após novas ameaças.
O padrasto de Cecília, João Vitor Sousa Soares, que trabalha como Cabo Temporário do Exército, também prestou depoimento. Ele declarou que essa foi a segunda vez que a criança voltou da casa do pai com lesões, sendo a primeira ocorrência há cerca de um mês.
Ele disse que, ao chegar do trabalho, preparou uma mamadeira e colocou a bebê para dormir, como de costume. Mais tarde, percebeu que ela estava “mole”, momento em que decidiram buscar socorro.
O casal declarou acreditar que as lesões tenham sido causadas por Gleison, pai da criança.