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Bolsa bate 4º recorde seguido e dólar sobe em dia de acordo Trump-Xi

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Bolsa bate 4º recorde seguido e dólar sobe em dia de acordo Trump-Xi

O Ibovespa bateu nesta quinta-feira (30/10) o quarto recorde seguido. O principal índice da Bolsa brasileira (B3) fechou em alta de 0,10%, aos 148.780,22 pontos. Na véspera, ele terminou o pregão aos 148.632,93 pontos. O dólar, por sua vez, registrou alta de 0,42% frente ao real, cotado a R$ 5,38.

Nesta quinta-feira, dois fatores pesaram com maior intensidade no comportamento dos mercados. O primeiro deles foi a repercussão negativa de declarações conservadoras feitas na véspera pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, a respeito da possibilidade de um corte de juros em dezembro.

O segundo ponto foi o anúncio do acordo firmado entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping. Os dois líderes encontraram-se na Coreia do Sul.

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Na quarta-feira (29/10), os investidores comemoraram o corte de 0,25 ponto percentual dos juros nos Estados Unidos, que passaram para o intervalo entre 3,75% e 4,00%. A medida, amplamente aguardada pelos agentes econômicos, foi anunciada depois da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Logo depois do anúncio, contudo, Jerome Powell, em entrevista coletiva, mostrou-se especialmente cético em relação a uma nova redução da taxa na próxima reunião do Fomc, em dezembro. Na avaliação do mercado, no entanto, as chances de mais um corte eram de 94%, segundo dados da ferramenta FedWatch, do CME Group. Isso antes das declarações do presidente do Fed. Após a manifestação de Powell, esse número caiu para a casa dos 60%. Nesta quinta-feira, retomou à casa dos 72%.

Ações em queda em NY

Com as declarações de Powell, os títulos da dívida dos EUA, os Treasuries, subiram, assim como a cotação do ouro, ambos investimentos considerados seguros pelo mercado. Em contrapartida, as bolsas de Nova York operaram em baixa.

A  queda foi mais intensa na Nasdaq, que concentra ações de empresas de tecnologia. Nesse caso, o índice foi puxado (ele caía 1,58% pouco antes do fechamento) com o resultado trimestral negativo no lucro das gigantes Meta (-12,49%), dona do Facebook e do Instagram, e Microsoft (-1,42%), que realizaram gastos pesados em inteligência artificial (IA).

Acordo, finalmente

O mau humor dos investidores com as declarações de Powell não diminuiu  com o acordo firmado entre Trump e Xi Jinping, na madrugada desta quinta-feira. Ele foi considerado por muitos analistas como frago, embora tenha reduzido a tensão comercial entre os dois países com medidas que incluem a queda das tarifas fixadas pelos americanos contra os chineses (de 57% para 47%), além da manutenção do fluxo de exportação de terras raras da China para os EUA, entre outros pontos.

Ibovespa

No Ibovespa, um dos destaques negativos foi a queda das ações do Bradesco, depois da divulgação do balanço do terceiro trimestre da empresa. Para analistas, havia uma expectativa forte para os resultados. Elas, no entanto, não foram confirmadas. Os papéis da instituição financeira recuaram 3,45%.

Mercado de trabalho

No Brasil, os investidores também acompanharam a divulgação de dados sobre emprego. O país criou 213 mil vagas com carteira assinada em setembro, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. O número ficou acima das projeções do mercado, cuja mediana girava em torno de 173 mil vagas. Isso mostra resiliência do mercado de trabalho, que corresponde a uma das principais preocupações do Banco Central (BC) para a definição da taxa básica de juros do país.

Análise do dólar

Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o dólar operou em alta frente ao real, acompanhando o movimento global de valorização da moeda americana, depois das declarações de Powell. “O tom do comunicado foi interpretado como mais cauteloso, levando o mercado a reprecificar o ciclo de política monetária e impulsionando os rendimentos dos Treasuries, o que reforça a demanda por dólar”, diz. “O movimento foi intensificado pela aversão ao risco, diante da reação cética ao acordo comercial entre Estados Unidos e China, visto como frágil e sem avanços concretos. A queda do petróleo também contribui para a pressão sobre moedas emergentes e exportadores de commodities, como o real, ao reduzir o apetite global por risco.”

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