Os principais índices das bolsas de valores da Europa começaram a semana no azul, com a reação positiva dos investidores ao fim da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns pelo grupo terrorista após um acordo intermediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O mercado também seguiu atento aos desdobramentos do novo capítulo da guerra comercial entre EUA e China, com um aceno de Trump ao gigante asiático após o anúncio de tarifas adicionais de 100% sobre os produtos chineses.
O que aconteceu
- O índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas europeias listadas em bolsas, fechou em alta de 0,44%, aos 566 pontos.
- Na Bolsa de Frankfurt, na Alemanha, o índice DAX terminou o dia avançando 0,6%, aos 24,3 mil pontos.
- Em Londres, o índice FTSE 100 encerrou o pregão em leve alta de 0,16%, aos 9,4 mil pontos.
- Em Paris, o CAC 40 registrou ganhos de 0,21%, aos 7,9 mil pontos.
- O Ibex 35, de Madri, fechou em alta de 0,42%, aos 15,5 mil pontos.
Otimismo com fim da guerra no Oriente Médio
Mediador do acordo que levou ao cessar-fogo entre Israel e o Hamas e à troca de reféns israelenses e prisioneiros palestinos, o presidente dos EUA, Donald Trump, discursou no Knesset, o Parlamento de Israel, nesta segunda-feira. “Este não é só apenas o fim de uma guerra. É o fim de uma era de terror e morte, e o começo de uma era de fé e de paz, e de Deus”, disse Trump.
“Depois de dois anos terríveis, escuridão, prisão, vinte reféns corajosos estão retornando para o abraço glorioso de suas famílias. Vinte e oito outras reféns amados vão voltar para descansar em paz no solo sagrado”, destacou Trump.
“Depois de anos de guerra, de perigo sem fim, hoje os céus estão calmos, as armas se silenciaram, as sirenes pararam, o sol se levantou na terra sagrada que está finalmente em paz”, completou o presidente dos EUA.
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Como parte do acordo costurado pelos EUA, o Hamas libertou 20 reféns que estavam em seu poder desde o início da guerra com Israel. Os reféns foram entregues à Cruz Vermelha e, em seguida, às Forças de Defesa de Israel (FDI). Eles deixaram a Faixa de Gaza e receberam atendimento médico em território israelense.
O acordo ocorre após dois anos dos ataques de 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista Hamas sequestrou 251 pessoas em Israel. Segundo o governo israelense, 48 ainda estavam sob poder do grupo — 28 delas já mortas. As demais foram libertadas em trocas anteriores ou resgatadas por operações militares.
Em contrapartida à libertação dos reféns, Israel se comprometeu a soltar cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua.
Aceno de Trump à China sobre tarifas
Ainda no front externo, os investidores monitoram a escalada nas tensões comerciais e diplomáticas entre EUA e China, as duas maiores potências econômicas do planeta.
No domingo (12/10), Donald Trump afirmou que quer “ajudar e não prejudicar a China”, apenas dois dias depois de impor tarifas de 100% sobre produtos chineses. Em publicação na Truth Social, rede social do republicano, Trump também disse que o líder chinês, Xi Jinping, “teve um momento ruim” com o aumento tarifário e que ele “não quer a depressão do seu país”, se referindo a possíveis retaliações econômicas de Pequim.
“Não se preocupem com a China, vai ficar tudo bem! O altamente respeitado presidente Xi apenas teve um momento ruim. Ele não quer uma depressão para o seu país — e eu também não quero. Os EUA querem ajudar a China, não prejudicá-la!”, declarou.
Mais cedo, o porta-voz do Ministério do Comércio da China disse que “se os EUA persistirem em agir unilateralmente, a China tomará de forma resoluta as medidas correspondentes para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos” e que “recorrer a ameaças de tarifas altas não é a maneira correta de se envolver com a China”.
O anúncio de Trump sobre as tarifas ocorreu após o governo chinês divulgar uma série de controles de exportação sobre terras raras, baterias de lítio e materiais superduros, insumos essenciais para a produção de eletrônicos e produtos tecnológicos – uma área crítica para Trump, que chamou a medida de “extraordinariamente agressiva”.
Na sexta-feira, Trump anunciou que seu governo vai impor uma tarifa adicional de 100% sobre todos os produtos importados da China, em resposta ao que chamou de “posição extraordinariamente agressiva” adotada por Pequim no comércio internacional. A medida deve entrar em vigor em 1º de novembro, mesma data prevista para o início de novas restrições comerciais impostas pela China.