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    Brasil já tem 29 casos suspeitos de contaminação por metanol

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    Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o Brasil chegou aos 29 casos suspeitos de intoxicação por metanol, nesta quarta-feira (01/10). O número, registrado nos últimos dois meses, é equivalente ao acumulado por ano e tem a tendência de aumentar. Apenas na noite dessa terça-feira (30/9), duas mortes suspeitas foram notificadas em Pernambuco.

    A informação foi confirmada por Padilha durante evento da campanha de Multi Vacinação do governo. “Vivemos uma situação anormal […] Até os dados de ontem à noite, eram 26 casos suspeitos. Esse número é de antes das suspeitas de Pernambuco. Isso significa que nesses dois meses, tivemos mais que a média ao longo de todo ano”, afirmou o ministro.

    Casos de intoxicação por metanol têm aumentado no país. Além das mortes sob suspeita em Pernambuco, uma terceira pessoa chegou a ser internada no estado. Ela sobreviveu, mas perdeu a visão nos dois olhos.

    Em São Paulo, nas últimas semanas, foram registrados casos relacionados a bebidas adulteradas. O número de mortes nos últimos dias já chegou a cinco. Apenas na manhã desta quarta, haviam 18 casos em investigação e 7 confirmados.

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    Desde junho, já foram confirmadas seis intoxicações, incluindo duas mortes — uma na capital paulista e outra em São Bernardo do Campo, no ABC.

    Outros dez casos seguem em investigação, com suspeita de contaminação por álcool adulterado.

    “Vamos continuar acompanhando diariamente. A expectativa que o Ministério da Saúde tem é que se aumente o número de casos. As orientações do ministério é para que todo o Brasil esteja atento” reforçou Padilha.

    O governo federal anunciou um plano de ações para frear a crise causada pela adulteração de bebidas alcoólicas. Entre as medidas, a Secretaria Nacional do Consumidor informou que notificou os Procons estaduais e que passará a fiscalizar os estabelecimentos suspeitos.

    A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito próprio para apurar a alta nos casos. A possibilidade de ligação com o crime organizado não é descartada.

    O metanol, também conhecido como álcool metílico, é usado na indústria como solvente e na produção de combustíveis, tintas e plásticos. É extremamente tóxico para humanos: sua ingestão geram compostos no tóxicos no organismo, que atacam o sistema nervoso central, podendo causar cegueira, falência de órgãos e morte, mesmo que consumido em pequena dose.