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    Buzeira e “CEO do Jeep sorteado” são transferidos para cadeias de SP

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    O influenciador Bruno Alexssander Souza Silva, o Buzeira, e o empresário Rodrigo Morgado, presos em uma operação da Polícia Federal (PF) contra um esquema de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico internacional de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC), foram transferidos para o sistema prisional de São Paulo.

    Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), Buzeira foi transferido para o Centro de Detenção Provisória IV de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista. Já Morgado, que ficou conhecido como CEO do Jeep sorteado — após tomar de volta o Jeep Compass que uma ex-funcionária ganhou em um sorteio — foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de São Vicente, no litoral paulista. Ambos estavam detidos na Superintendência da PF, na Lapa, também na zona oeste da capital.

    8 imagensDefesa pede domiciliar a contador preso na mesma operação de BuzeiraFechar modal.1 de 8

    Buzeira

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    Defesa pede domiciliar a contador preso na mesma operação de Buzeira

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    Influenciador Buzeira

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    Influenciador Buzeira

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    Segundo a PF, Buzeira recebeu R$ 19,7 milhões de Rodrigo Morgado, que é investigado por enviar 3 toneladas de cocaína para a Europa e apontado como o líder da organização criminosa. O dinheiro foi depositado em uma conta da empresa do influenciador, a Buzeira Digital.

    O influenciador é considerado um dos rostos “legítimos” usados para lavar o dinheiro da facção em apostas e rifas on-line, disfarçadas de promoções e sorteios.

    Durante buscas na casa de Buzeira, localizada em um condomínio de alto padrão em Igaratá, os agentes encontraram o que classificaram como um “arsenal de guerra”. Entre o material apreendido havia fuzis, pistolas, revólveres, munições, carregadores, radiocomunicadores e roupas de uso tático, todos armazenados de forma organizada em compartimentos da residência.

    A PF também encontrou duas pedras brutas na casa do influenciador. A suspeita é que as pedras sejam esmeraldas de R$ 1,7 bilhão que o influencer comprou para ocultar crimes.

    Empresário investigado

    Para a polícia, Rodrigo Morgado seria um “possível operador logístico-financeiro” do esquema e atuava como um “verdadeiro banco particular” de outros investigados, movimentando grandes valores em contas pessoais e de empresas sob seu controle, inclusive realizando conversões em criptomoedas e promovendo repasses a terceiros, tudo de maneira ilegal.

    As autoridades também apontam uma relação direta entre Morgado e uma embarcação chamada Veleiro Lobo IV, apreendida pela Marinha dos Estados Unidos da América, entre o arquipélago de Cabo Verde e as Ilhas Canárias, por estar sendo usado para o transporte de mais de quatro toneladas de cocaína, fato que originou a Operação Narco Vela — que culminou na operação da última terça-feira (14/10), chamada de Narco Bet.

    Operação Narco Bet

    • Ao todo, 11 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
    • Um dos mandados de prisão também ocorreu na Alemanha, com apoio da Polícia Criminal Federal do país.
    • As investigações apontam que o grupo criminoso utilizava métodos avançados de dissimulação financeira, movimentando valores em criptomoedas, remessas internacionais e empresas de fachada para ocultar a origem dos lucros do tráfico.
    • Parte dos recursos lavados teria sido canalizado para empresas do setor de apostas eletrônicas, as chamadas “bets”, com o objetivo de mascarar os ganhos provenientes do tráfico e inserir o dinheiro no sistema financeiro com aparência de legalidade.
    • No total, foram bloqueados R$ 630 milhões em bens e valores. Empresas do ramo de apostas esportivas estão sendo investigadas por suspeita de participação no esquema criminoso.
    • A Polícia Federal não divulgou o nome das empresas de apostas investigadas, mas afirmou que algumas delas são regularizadas e obtiveram licenças com dinheiro ilícito.