MAIS

    Caiado diz que Ciro tenta forçar decisão de Bolsonaro sobre 2026

    Por

    A disputa interna na federação União Progressista explodiu neste domingo (5/10) com troca de farpas entre o governador Ronaldo Caiado (União-GO) e o presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI).

    Pré-candidato à Presidência em 2026, o goiano afirmou que Ciro tenta forçar um apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), por interesse particular em ser o vice de uma eventual chapa com o gestor paulista.

    “A ansiedade de Ciro Nogueira em se colocar como candidato a vice-presidente do governador Tarcísio é vergonhosa, e algo tão gritante que ele já se coloca como porta-voz do presidente Bolsonaro, o que ele não é”, afirmou Caiado no X, antigo Twitter.

    O governador de Goiás prosseguiu: “Se Bolsonaro quiser escolher um porta-voz, certamente será um de seus filhos ou sua esposa, Michelle. Não o Ciro Nogueira, senador de inexpressiva presença nacional, que um dia já jurou amor eterno ao Lula”.

    Em entrevista ao jornal o Globo, Ciro, que foi ministro da Casa Civil de Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente só teria duas alternativas: apoiar Tarcísio de Freitas ou o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

    “Fica visível que Ciro tenta decidir por Bolsonaro quais deveriam ser os candidatos a presidente, colocando Tarcísio como preferido e o governador Ratinho como reserva”, comentou Caiado.

    6 imagensSenador Ciro Nogueira (PP-PI)Ex-ministro Ciro Gomes posa ao lado do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e do presidente do União Brasil, Antônio Rueda, no evento da federaçãoCaiado comemorou desembarque do União Brasil do governo LulaCaiado foi elogiado por deputados do partido de BolsonaroO governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o ex-presidente Jair BolsonaroFechar modal.1 de 6

    Valdemar elogiou chapa com Tarcísio e Ciro Nogueira

    Reprodução/ redes Ciro Nogueira2 de 6

    Senador Ciro Nogueira (PP-PI)

    KEBEC NOGUEIRA/ METRÓPOLES @kebecfotografo3 de 6

    Ex-ministro Ciro Gomes posa ao lado do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e do presidente do União Brasil, Antônio Rueda, no evento da federação

    Material cedido à Coluna Igor Gadelha4 de 6

    Caiado comemorou desembarque do União Brasil do governo Lula

    Vinícius Schmidt/Metrópoles5 de 6

    Caiado foi elogiado por deputados do partido de Bolsonaro

    DANILO M. YOSHIOKA/ESPECIAL METRÓPOLES @danilomartinsyoshioka6 de 6

    O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o ex-presidente Jair Bolsonaro

    Rafaela Felicciano/Metrópoles

    Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos de prisão por causa da trama golpista. Dessa forma, o ex-presidente vem sendo aconselhado a escolher um sucessor, sob pena de não ter decisão sobre o herdeiro do seu espólio político no campo da direita.

    Tarcísio de Freitas é cotado como candidato à Presidência, mas esta semana fez um recuo tático e disse que concorrerá à reeleição em São Paulo após sucessivos revezes. Dessa forma, restam 5 pré-candidatos: o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e os governadores Romeu Zema (Novo-MG) e Eduardo Leite (PSD-RS), além dos já citados Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior.

    Leia também

    Para o goiano, a postura do presidente do PP não é ideal. “De pronto, Ciro já veta pelo menos três pré-candidaturas: as de Romeu Zema, Eduardo Bolsonaro e a minha, prestando um enorme desserviço à direita. Não falo por Zema ou Eduardo, mas quanto à minha pré-candidatura, devo dizer que não dependo de aval de Ciro Nogueira”, comentou.

    Caiado ainda afirmou que respeitará a decisão de Bolsonaro, mas pontuou que apoiou o ex-presidente na sua primeira eleição, em 2018, quando Ciro resistia ao então candidato. O governador goiano ainda atacou o novo colega de federação sobre sua performance eleitoral.

    “Lembro ao Ciro que tenho 88% de aprovação em Goiás nos últimos três anos, a maior entre todos os governadores. As mesmas pesquisas mostram que Ciro Nogueira não tem forças sequer para se reeleger senador no seu estado, o nosso querido Piauí”, escreveu.

    Caiado completou: “Sugiro ao já quase ex-senador que tenha mais moderação e mais respeito com os demais nomes que, democraticamente, colocam suas pré-candidaturas à avaliação popular. Ciro Nogueira não tem estatura política para julgar as pré-candidaturas a presidente, incluindo a minha. E certamente não será por ele que passará a decisão de construir a melhor estratégia para derrotar o PT, partido que um dia já foi tão querido pelo mesmo Ciro, e implementar um novo projeto para o Brasil e os brasileiros”;

    Mais que amigos, correligionários

    Com a federação entre União Brasil e PP, Caiado e Ciro se tornaram quase que colegas de partido. Nesse tipo de aliança, as legendas passam a funcionar eleitoralmente como uma só por, no mínimo, quatro anos.

    O acordo para a federação ocorreu na esteira de um esforço dos partidos, até então classificados como expoentes do chamado “Centrão”, de adquirir identidade ideológica. E isso passa pelo lançamento ou apoio de uma candidatura de direita para concorrer contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026.