Muita gente ainda repete sem pensar: “A corrida estraga os joelhos”. Mas será mesmo? Segundo o personal trainer Thiago Carlos da Silva, especialista em Treinamento para Beleza e Saúde e conselheiro do CRED7/DF, esse é um mito sobre correr que precisa ser revisto com urgência.
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“Correr não é o problema. O problema é correr sem preparo“, afirma. Segundo ele, tanto a caminhada quanto a corrida podem ser excelentes para a saúde dos joelhos — desde que feitas com orientação, técnica e consciência.
“A caminhada é ótima para quem está começando, voltando de lesão ou está acima do peso. Ela melhora a circulação, fortalece as pernas e tem impacto leve nas articulações. Já a corrida acelera o metabolismo, melhora o humor e traz um estímulo cardiovascular mais intenso”, explica.
A corrida faz parte dos esportes democráticos, ou seja, simplesmente reúne praticantes de várias faixas etárias
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A corrida vai muito além da queima de calorias. Ela ajuda a reduzir gordura, manter ou ganhar massa magra e melhorar a composição corporal
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Outro fator relevante é o impacto hormonal, já que a corrida libera endorfina, serotonina e dopamina, hormônios ligados ao bem-estar, que ajudam a reduzir a ansiedade e a compulsão alimentar
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Na rotina de quem corre, a alimentação saudável é essencial para conquistar mais saúde, desempenho e evolução no esporte
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Atividade física é uma boa forma de prevenir e reduzir o acúmulo de gordura no fígado
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E os joelhos nisso tudo?
Ao contrário do que se pensa, as duas práticas ajudam a proteger os joelhos, e não a destruí-los. O segredo está no que acontece fora do treino: o fortalecimento muscular.
“Se você tem músculos fortes — principalmente quadríceps, glúteos e core — seu corpo funciona como uma armadura natural. Isso estabiliza a articulação e evita sobrecargas”, diz Thiago. Ele recomenda incluir treinos de força na musculação, sempre com orientação de um profissional de Educação Física registrado, como parte essencial do processo.
Técnica, terreno e consciência
Outro ponto importante é como você corre ou caminha. A técnica faz toda a diferença. “Mantenha uma passada leve, evite pisar pesado, escolha um tênis com bom amortecimento e dê preferência a terrenos planos. Isso reduz bastante o risco de dores e lesões”, orienta.
A escolha entre caminhada de 45 minutos ou corrida de 20 não precisa ser uma guerra. Na verdade, elas podem andar juntas, literalmente.
Caminhar ou correr? E por que não os dois?
Uma estratégia bastante eficaz é alternar as duas práticas no mesmo treino. “Essa combinação, conhecida como treino intervalado, é excelente para quem quer evoluir com segurança. Caminha alguns minutos, depois corre um pouco, e repete. Isso melhora o fôlego, prepara o corpo e evita sobrecargas”, afirma o personal.
No fim, a escolha não é entre uma ou outra. “Caminhar e correr são ferramentas diferentes, mas complementares. Ambas são válidas, desde que feitas com consciência, técnica e regularidade. Quando o corpo está forte e equilibrado até o joelho agradece.”