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    Castro quer líderes do CV em presídios federais: veja lista dos alvos

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    O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou, nesta terça-feira (28/10), que solicitou ao governo federal a transferência imediata de dez chefes do crime organizado para penitenciárias federais de segurança máxima.

    Segundo o governador, mesmo encarcerados no sistema prisional fluminense, eles seguem comandando ataques orquestrados pelo Comando Vermelho (CV) contra o estado.

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    Sigo acompanhando de perto esse dia histórico no combate à criminalidade no Rio de Janeiro.

    Acabo de tomar uma decisão importante para o nosso estado, que vai nos ajudar a definir os próximos passos nessa luta. pic.twitter.com/seFOP9JmIu

    — Cláudio Castro (@claudiocastroRJ) October 28, 2025

    A solicitação inclui nomes apontados pela inteligência como responsáveis por articular confrontos armados, promover retaliações e dar ordens diretas durante a megaoperação deflagrada hoje nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital. Estes são os presos que Castro quer remover:

    • Wagner Teixeira Carlos, o Waguinho de Cabo Frio
    • Rian Maurício Tavares Mota, o Da Marinha
    • Roberto de Souza Brito, o Irmão Metralha
    • Arnaldo da Silva Dias, o Naldinho
    • Alexander de Jesus Carlos, o Choque/Coroa
    • Leonardo Farinazzo Pampuri, o Léo Barrão
    • Marco Antônio Pereira Firmino, o My Thor
    • Fabrício de Melo de Jesus, o Bichinho
    • Carlos Vinícius Lirio da Silva, o Cabeça do Sabão
    • Eliezer Miranda Joaquim, o Criam

    “Recebi um relatório das polícias Civil e Penal com os nomes das maiores lideranças do tráfico que, mesmo presas, ajudaram a provocar o terror no Rio. Tomei a decisão de pedir ao governo federal 10 vagas para transferência imediata desses criminosos de maior periculosidade”, declarou Castro.

    Operação

    Ao longo da madrugada e manhã, cerca de 2.500 agentes ocuparam as entradas das comunidades, cumprindo mandados contra lideranças do CV. O dia foi marcado por confronto intenso: escolas e unidades de saúde não abriram, e criminosos montaram barricadas, incendiaram acessos e lançaram explosivos com drones contra a polícia.

    O balanço parcial aponta 81 presos e 64 mortos, entre eles quatro policiais:

    • Marcus Vinicius Cardoso Carvalho, 51 (PCERJ)
    • Rodrigo Velloso Cabral, 34 (PCERJ)
    • Cleiton Serafim Gonçalves, 42 (PMERJ/Bope)
    • Herbert Carvalho da Fonseca, 39 (PMERJ/Bope)

    Com medo de retaliações, todos os policiais civis e militares do estado estão agora de sobreaviso, podendo ser convocados a qualquer momento para reforço nas ruas.

    9 imagensMegaoperação no Rio de JaneiroMegaoperação no Rio de JaneiroMegaoperação das polícias deixa vários policiais feridos e mortos. O Hospital Getúlio Vargas, na Penha, recebeu os feridos. Na foto: policial baleado chegando no HGVDurante operação policia contra o Comando Vermelho, bandidos ordenam fechamento de comércio e usam lixeiras incendiadas para bloquear a via na rua Itapiru, no Catumbi.Fechar modal.1 de 9

    Cerca de 2.500 agentes das policias civil e militar participam nesta terca-feira (28) da “Operacao Contencaoî nos complexos da Penha e do Alemao, Zona Norte do Rio

    GBERTO RAS/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo2 de 9

    Megaoperação no Rio de Janeiro

    Fabiano Rocha / Agência O Globo3 de 9

    Megaoperação no Rio de Janeiro

    Fabiano Rocha / Agência O Globo4 de 9

    Megaoperação das polícias deixa vários policiais feridos e mortos. O Hospital Getúlio Vargas, na Penha, recebeu os feridos. Na foto: policial baleado chegando no HGV

    Gabriel de Paiva / Agência O Globo5 de 9

    Durante operação policia contra o Comando Vermelho, bandidos ordenam fechamento de comércio e usam lixeiras incendiadas para bloquear a via na rua Itapiru, no Catumbi.

    Fernando Frazão/Agência Brasil6 de 9

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    Durante operação Contenção da policia contra o Comando Vermelho, inspetoras da Polícia Civil catalogam apreensão de drogas

    Fernando Frazão/Agência Brasil8 de 9

    Durante operação policia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia Civil

    Fernando Frazão/Agência Brasil9 de 9

    Megaopoeração contra o CV, no Rio de Janeiro

    Reprodução/Redes sociais

    Críticas ao governo federal

    Durante coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), Castro voltou a cobrar apoio da União e criticou a negativa de empréstimo de blindados das Forças Armadas:

    “Tivemos pedidos negados três vezes. Para emprestar blindado, tinha que ter GLO, e o presidente é contra a GLO. Hoje o Rio está sozinho nessa luta.”

    GLO (Garantia da Lei e da Ordem) é um mecanismo constitucional que permite o emprego das Forças Armadas em ações de segurança pública, mas depende de autorização do presidente da República.

    Resposta do Ministério da Justiça

    Em nota enviada à imprensa, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) rebateu as críticas e afirmou que atendeu a todas as solicitações da Força Nacional desde 2023; a PF realizou 178 operações no Rio só em 2025; a PRF reforça o combate ao roubo de cargas e veículos; há R$ 170 milhões federais disponíveis para segurança pública no estado; o governo federal já ofereceu vagas em presídios federais para criminosos indicados pelo estado.