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Celebridades, armas e PCC: a vida de luxo que levou Buzeira à prisão

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Celebridades, armas e PCC: a vida de luxo que levou Buzeira à prisão

O influenciador digital Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, de 28 anos, vivia cercado por carros de luxo, festas milionárias e amizades com celebridades. Conforme a coluna revelou, ele foi preso nesta terça-feira (14/10) durante a Operação Narco Bet, da Polícia Federal (PF), que desarticulou um esquema internacional de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC).

A ação, realizada em quatro estados, contou com apoio da Polícia Criminal Federal da Alemanha (BKA). Além da prisão de Buzeira, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e bloqueados R$ 630 milhões em bens e valores.

Segundo a PF, parte do dinheiro era lavado por meio de empresas de apostas eletrônicas (as chamadas BETs), que recebiam valores vindos do tráfico internacional.

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Buzeira com os itens de luxo do casamento

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Buzeira mostrar a mesa de pôquer na casa de Neymar

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Buzeira posa com seu macaquinho de estimação, dois carros de luxo e um helicóptero

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Influenciador Buzeira

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Influenciador Buzeira

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Buzeira e Neymar

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e já foi investigado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro

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Buzeira conta com mais de 4,5 milhões de seguidores no Instagram

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O jogador não acreditou de início, mas o influencer insistiu

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Neymar ganha cordão de R$ 2 milhões de influencer investigado pela PF

Reprodução/Instagram

Durante as buscas na casa do influenciador, localizada em um condomínio de alto padrão em Igaratá (SP), os agentes encontraram o que classificaram como um “arsenal de guerra”. Entre o material apreendido havia fuzis, pistolas, revólveres, munições, carregadores, rádios comunicadores e roupas de uso tático, todos armazenados de forma organizada em compartimentos da residência.

Fontes ligadas à investigação confirmaram à coluna que Buzeira mantém vínculos com integrantes do PCC. O grupo seria responsável por intermediar operações financeiras e remessas de valores oriundos do tráfico de drogas para o exterior.

O influenciador é apontado como um dos rostos “legítimos” usados para lavar o dinheiro da facção em apostas e rifas on-line, disfarçadas de promoções e sorteios.

Luxo, rifas e o “Cruzeiro do Neymar”

Antes de ser preso, Buzeira construiu uma imagem de sucesso e poder nas redes. Com mais de 15 milhões de seguidores no Instagram, exibia uma rotina de luxo: carros importados, joias de grife, viagens internacionais e helicópteros particulares.

O influenciador também promovia rifas e sorteios milionários de veículos esportivos e relógios de alto padrão.

Buzeira circulava entre nomes conhecidos do entretenimento e do esporte. Costumava aparecer em fotos e vídeos ao lado de funkeiros, jogadores de futebol e outros influenciadores digitais, e chegou a participar do Cruzeiro do Neymar, evento que reúne artistas e celebridades em alto-mar. Na ocasião, ele deu um colar de ouro avaliado em R$ 2 milhões para o jogador do Santos.

Ele também era amigo do rapper Oruam, que já foi preso pela Polícia Civil do Rio. Ambos foram vistos juntos em festas e viagens. Na época em que Oruam foi preso, Buzeira chegou a divulgar campanhas nas redes pedindo a libertação do artista.

Um dos momentos que mais simbolizam a ostentação de Buzeira foi seu casamento de R$ 10 milhões, realizado em julho deste ano. O evento reuniu artistas como MC Daniel e Fiuk, com direito a decoração luxuosa, shows exclusivos e presentes de alto valor. O influenciador publicou que “cada detalhe foi pensado para ser inesquecível”.

O império das apostas e a conexão internacional

A Operação Narco Bet é um desdobramento da Operação Narco Vela, que investigava o envio de cocaína por via marítima a partir do litoral brasileiro.

As novas apurações mostraram que parte dos lucros obtidos com o tráfico era reinvestida em plataformas de apostas eletrônicas e rifas on-line, com o auxílio de influenciadores que funcionavam como “vitrine” de um estilo de vida baseado em dinheiro sujo.

Segundo a PF, o grupo usava criptomoedas, remessas internacionais e empresas de fachada para ocultar a origem ilícita dos valores. As investigações apontam para uma estrutura transnacional, com movimentações financeiras entre o Brasil, a Europa e os Estados Unidos.

Buzeira ainda não se manifestou publicamente após a prisão. Sua defesa não foi localizada pela reportagem.

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