MAIS

    Chefe da Polícia Civil do Rio: “Fizemos o que nem FBI e CIA fariam”

    Por

    O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, afirmou nesta quarta-feira (29/10) que a ofensiva nos complexos do Alemão e da Penha marcou “o maior baque já imposto ao Comando Vermelho em toda a sua história”. Segundo ele, a operação, a mais letal já registrada no estado, teve como objetivo retirar líderes do crime da zona urbana e forçá-los para a área de mata, onde houve o confronto mais intenso.

    “Decidimos aumentar o risco para as nossas tropas para proteger a população. Encontramos um cenário de guerra. O Rio vive guerra”, disse Curi.

    Leia também

    Curi disse que o planejamento durou mais de um ano e que as tropas de elite atuaram dentro do que chamou de “QG do Comando Vermelho”, núcleo estratégico de onde a facção coordena o tráfico e ataques em outras regiões do estado.

    10 imagensFechar modal.1 de 10

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles2 de 10

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles3 de 10

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles4 de 10

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles5 de 10

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles6 de 10

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles7 de 10

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles8 de 10

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles9 de 10

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles10 de 10

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles

    Ele reforçou que o resultado operacional “não encontra paralelo, nem no Alemão em 2010”.

    Crítica à Força Nacional e ao discurso de vítimas

    O secretário ainda reagiu a críticas sobre excesso policial. “Chacina é quando há morte indiscriminada. Ontem cumprimos mandados. Quem optou pelo confronto foi neutralizado.”

    11 imagensFechar modal.1 de 11

    megaoperaçãono Rio deixa mais de 64 mortos

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles2 de 11

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles3 de 11

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles4 de 11

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles5 de 11

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles6 de 11

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles7 de 11

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles8 de 11

    cadáveres serão recolhidos

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles9 de 11

    corpos enfileirados na Praça São Lucas

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles10 de 11

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles11 de 11

    Tercio Teixeira/Especial Metrópoles

    Curi repudiou tentativas de vitimização de criminosos. “Hoje em dia, todo mundo é vítima. O ladrão virou vítima até do usuário. Atrás do fuzil tem uma pessoa? Sim. E essa pessoa é um narcoterrorista que impede até socorro médico.”

    Ele classificou a facção como organização paramilitar, com atuação em praticamente todos os estados do país, e ironizou a sugestão de substituição da polícia do Rio por forças federais: “Pode chamar CIA, FBI e até a Nasa. Não vão fazer o que fazemos aqui.”

    Curi confirmou que a Polícia Civil abriu inquérito por fraude processual para investigar moradores que removeram roupas camufladas e outros itens dos mortos: “Temos imagens de pessoas retirando as roupas dos marginais e colocando em via pública. Essas pessoas serão responsabilizadas.”

    Balanço atualizado

    De acordo com o Ministério Público e a Polícia Civil:
    • 132 mortos — entre eles, quatro policiais
    • 113 presos, sendo 33 de outros estados
    • Mais de 100 armas apreendidas
    • 14 explosivos
    • Toneladas de drogas e milhares de munições

    Curi concluiu: “Nunca vou esquecer este dia. Tivemos quatro heróis que deram a vida pela sociedade. A operação de ontem mudará a história da segurança pública do Rio.”