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    Comando Vermelho usou tática militar e de guerrilha, diz chefe da PM

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    O Comando Vermelho usou táticas militares e de guerrilha contra a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) durante o confronto nos complexos da Penha e do Alemão, na última terça-feira (28/10). Segundo o comandante da corporação, coronel Marcelo Menezes, as estratégias e os recursos empregados pela facção foram repassados por ex-integrantes das Forças Armadas que se associaram ao crime organizado.

    “São narcoterroristas. Existem registros de que há a presença de elementos nessas quadrilhas — egressos das Forças Armadas — que passam táticas militares e de guerrilha para essas organizações. Eles se esconderam em trincheiras, abrigaram-se em casas-mata e seteiras, ergueram barricadas e incendiaram pontos da via pública; atravessaram veículos nas ruas. Ou seja, foi uma grande operação, uma operação de guerra, que gerou o resultado observado no Complexo do Alemão e na Penha”, disse o coronel.

    4 imagensOperação contra traficantes do CV no Complexo da Penha deixou 64 mortosClaudio Castro conversou com Rui Costa por telefone para discutir transferênciaCoronel Marcelo Menezes afirma que Comando Vermelho usou táticas de guerrilha contra a PMFechar modal.1 de 4

    Megaoperação no Rio de Janeiro

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    Operação contra traficantes do CV no Complexo da Penha deixou 64 mortos

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    Claudio Castro conversou com Rui Costa por telefone para discutir transferência

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    Coronel Marcelo Menezes afirma que Comando Vermelho usou táticas de guerrilha contra a PM

    Reprodução / PMRJ

    O comandante da PMRJ negou que o poder bélico e as táticas usadas pelo Comando Vermelho tenham surpreendido as forças policiais. Menezes afirmou que, nos dois meses de preparação para a ação, os suspeitos, os equipamentos e a rotina da facção foram mapeados pelos serviços de inteligência.

    “Em nenhum momento fomos surpreendidos. A operação foi precedida de um estudo meticuloso: análise de imagens, de dados, organograma das quadrilhas, identificação das lideranças, modus operandi, rotas de fuga e rotinas que esses criminosos adotavam na comunidade. Tínhamos real noção do que nos esperava”, afirmou Menezes.

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    Estratégia de massa

    De acordo com o coronel, o grande número de agentes escalados para a operação visou atender a uma estratégia de saturação da área, para impedir uma resposta mais eficaz do crime organizado.

    “Empregamos, para essa ação — a maior da história da segurança pública do Rio de Janeiro —, 2.500 policiais, 56 blindados, 120 viaturas, duas aeronaves, mais de 70 drones e quatro ambulâncias. Houve, por parte do Estado e por nossa parte, uma preocupação grande em demonstrar a força do Estado, com superioridade logística e técnica”, explicou.

    “É uma estratégia militar, a estratégia da massa: emprega-se um número maior — até excessivo — de agentes para que a região seja massificada, saturada pela presença estatal, gerando no oponente a possibilidade de rendição ou fuga da área”, concluiu Menezes.