Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram que uma combinação de dois medicamentos comuns — o rapamicina e o acarbose — prolongou a vida de camundongos fêmeas em até 73%.
A pesquisa revelou que o efeito antienvelhecimento foi específico para o sexo feminino. O estudo foi publicado no periódico Aging-US em agosto.
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O trabalho foi conduzido ao longo de 12 meses com camundongos idosos e frágeis, equivalentes a humanos de cerca de 80 anos. Os cientistas administraram doses regulares de rapamicina — um imunossupressor já conhecido por modular vias celulares relacionadas à longevidade — e acarbose, um fármaco usado para controle de glicose na diabetes tipo 2.
A combinação mostrou-se capaz de reverter marcadores do envelhecimento e melhorar a vitalidade dos animais. Entre as melhorias observadas nas fêmeas estavam aumento de energia, força muscular, densidade óssea e melhor funcionamento do fígado.
As análises também apontaram redução de inflamações crônicas e restauração parcial de tecidos envelhecidos. Em contraste, os machos não apresentaram ganhos significativos e, em alguns casos, tiveram respostas neutras ou negativas à terapia combinada.
De acordo com os autores, o resultado reforça a importância de considerar o sexo biológico como fator determinante em terapias antienvelhecimento. Eles destacam que diferenças hormonais e metabólicas podem influenciar diretamente como o organismo responde a certos compostos.
A pesquisa faz parte de um esforço internacional para entender como drogas já conhecidas podem retardar o envelhecimento sem causar efeitos colaterais graves.
Embora os resultados em camundongos sejam promissores, os cientistas ressaltam que a combinação ainda não deve ser testada em humanos e que novos estudos serão necessários para compreender os mecanismos envolvidos e avaliar a segurança do uso em longo prazo.
O grupo planeja continuar as investigações para descobrir por que apenas as fêmeas se beneficiaram e se ajustes nas doses ou no tempo de exposição poderiam gerar resultados semelhantes em machos.
Segundo os autores, compreender essas diferenças é fundamental para o desenvolvimento de futuros tratamentos personalizados contra o envelhecimento.
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