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    Como saber se estou com gordura no fígado? Hepatologista responde

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    Publicado pela Associação Americana para o Estudo de Doenças Hepáticas, o artigo Epidemiologia global da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) e da esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) evidencia que o quadro de gordura no fígado “é uma das principais causas de morbidade e mortalidade relacionadas” ao órgão, responsável pela desintoxicação do organismo e produção da bile. Conforme a pesquisa feita entre os anos de 1990 a 2019, a prevalência global da condição é de 30% e está aumentando.

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    Segundo a publicação, o crescimento dos casos de esteatose hepática — condição popularmente conhecida como gordura no fígado — “requer estratégias urgentes e abrangentes para aumentar a conscientização e abordar todos os aspectos da doença hepática gordurosa não alcoólica em níveis local, regional e global.”

    4 imagensO órgão atua na filtragem do sangueVisão microscópica de células em fígado com gordura, a esteatose hepáticaGordura no fígado pode ocasionar câncer no órgãoFechar modal.1 de 4

    A condição de gordura no fígado acomete 30% da população mundial, segundo o artigo

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    O órgão atua na filtragem do sangue

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    Visão microscópica de células em fígado com gordura, a esteatose hepática

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    Gordura no fígado pode ocasionar câncer no órgão

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    Diante desses dados alarmantes, principalmente na América do Sul em que a esteatose hepática é “comum”, a coluna Claudia Meireles acionou mais uma vez o hepatologista Rodrigo Rêgo Barros. O médico respondeu ao questionamento: “Como saber se estou com gordura no fígado?“.

    De acordo com o especialista, o corpo não dá sinais de que há teor de gordura na glândula: “O fígado é um órgão bem silencioso e raramente dói”. Ele exemplifica que, muitas vezes, o paciente tem sintomas como má digestão, diarreia e, consequentemente, culpa o fígado. “A verdade é que raramente ele é a causa”, defende.

    Para um indivíduo descobrir que está com gordura no fígado, é preciso “ir atrás”. “Como não causa sintomas, só sabe quem procura. E é exatamente aqui que devemos chamar atenção“, acentua o hepatologista.

    Ilustração de fígado inflamado. MetrópolesA gordura no fígado é uma doença silenciosa

    Rodrigo explica que alguns grupos de pessoas devem ficar em alerta e procurar auxílio especializado. “Indivíduos que apresentam fatores metabólicos: obesos, diabéticos, hipertensos e com alterações dos lipídios, principalmente aumento dos triglicerídeos e HDL baixo, chamado de colesterol bom”, lista o médico.

    “Pessoas que fazem consumo em excesso de álcool e com alteração dos exames de fígado, como TGO, TGP e GGT”, complementa o médico a respeito de quem precisa estar atento ao quadro de esteatose hepática.

    Foto colorida de homem aferindo a pressão e com a mão no peito - MetrópolesHipertensos e diabéticos precisam ficar em alerta com relação ao quadro de esteatose hepática

    Caso suspeite ter a condição, Rodrigo Rêgo Barros aconselha em primeiro lugar: “Procure um médico hepatologista, que solicitará exames destinados ao diagnóstico, como bioquímica do sangue e exames de imagem. Também excluirá, quando pertinente, causas mais incomuns de gordura no fígado, além de estratificar o risco de evolução para cirrose, bem como instruir o tratamento.”

    Ao finalizar, o médico destaca que todas as condições mencionadas devem “ser tratadas ou combatidas”. “Controle de peso, moderação no consumo de álcool e tratamento das comorbidades, como diabetes e hipertensão, podem ser instituídos antes mesmo da consulta”, conclui o especialista.

    Foto colorida de ilustração do corpo humano, com foco no fígado - MetrópolesSe você desconfia de ter gordura no fígado, o médico orienta procurar um hepatologista para fazer uma avaliação especializada

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