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    Conselheiro da OAB reage a despacho de Moraes: “Fiscal do Brasil”

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    O conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Marcelo Tostes reagiu ao despacho do ministro Alexandre de Moraes sobre a operação que deixou 119 mortos no Complexo de Favelas da Penha, no Rio de Janeiro. Tostes criticou o ministro por requerer informações junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a ação policial. A solicitação ocorreu no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas.

    “O nosso grande fiscal do Brasil, Alexandre de Moraes, agora assume a ADPF que era conduzida pelo ministro Barroso e já pede explicações para a PGR. Esse Alexandre de Moraes, a vontade dele, sem dúvida nenhuma, era ser o presidente do Brasil. Ele não se contenta em ser apenas um ministro julgador. Ele quer tomar conta de tudo”, criticou Tostes.

    4 imagensOperação contra traficantes do CV no Complexo da Penha deixou 64 mortosClaudio Castro conversou com Rui Costa por telefone para discutir transferênciaMarcelo Tostes, conselheiro federal da OAB, criticou Moraes por pedido de esclarecimentosFechar modal.1 de 4

    Megaoperação no Rio de Janeiro

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    Operação contra traficantes do CV no Complexo da Penha deixou 64 mortos

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    Claudio Castro conversou com Rui Costa por telefone para discutir transferência

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    Marcelo Tostes, conselheiro federal da OAB, criticou Moraes por pedido de esclarecimentos

    Arte/Metrópoles

    A ADPF das Favelas estabelece regras para a realização de operações policiais em comunidades, com ênfase na proteção dos direitos humanos, e tramita desde 2020. Moraes assumiu a condução do processo após a aposentadoria do antigo relator, Roberto Barroso.

    Pelo regimento interno do Supremo Tribunal Federal (STF), o relator é substituído pelo revisor da ação — nesse caso, Alexandre de Moraes. O ministro solicitou à PGR que se manifeste sobre um pedido de esclarecimentos relacionado à operação, feito pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) ao governador do Rio, Claudio Castro (PL).

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    “Eu sou da época em que o Judiciário era demandado. Hoje em dia não. Hoje em dia ele quer administrar. Quer ser o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, inclusive podendo destituir advogados do processo. Esse é o grande ministro Alexandre de Moraes”, criticou Marcelo Tostes.

    Megaoperação

    A operação no Complexo da Penha envolveu cerca de 2,5 mil agentes da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). O objetivo era desarticular a estrutura do Comando Vermelho, principal facção do tráfico no estado.

    Durante o confronto, criminosos ergueram barricadas, lançaram explosivos por drones e abriram fogo contra as equipes policiais. Entre os 64 mortos estavam dois policiais civis e dois militares.