O consumo nos lares brasileiros fechou o mês de setembro registrando uma alta de 2,79% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (23/10) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Já na comparação com o mês anterior, houve uma queda de 0,9% das vendas do setor supermercadista.
Segundo o levantamento da Abras, no acumulado de janeiro a setembro deste ano, a alta foi de 2,67%.
Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Queda no valor da Cesta Abrasmercado
De acordo com o levantamento, o valor da Cesta Abrasmercado, que conta com 35 produtos de largo consumo (alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza), teve uma queda de 0,64% em setembro, a quarta consecutiva, passando de R$ 804,85 para R$ 799,70.
Segundo o levantamento da Abras, as maiores quedas no mês passado foram de arroz (-2,14%), açúcar refinado (-0,99%), massa sêmola de espaguete (-0,76%), feijão (-0,63%), farinha de mandioca (-0,53%), farinha de trigo (-0,52%), leite longa vida (-0,45%) e café torrado e moído (-0,06%).
Por outro lado, apresentaram alta o óleo de soja (+3,57%), a margarina cremosa (+0,9%) e o extrato de tomate (+0,28%). No acumulado do ano, o arroz recuou 20,85%, e o feijão, 6,05%.
Entre as proteínas animais, houve queda nos preços de ovos (-2,84%), frango congelado (-1,23%), pernil (-0,99%), carne bovina — corte dianteiro (-0,29%).
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Por regiões
De acordo com o levantamento da Abras, no recorte por regiões, houve queda nos preços em todo o país.
A maior baixa foi registrada no Sul (-0,74%), para R$ 881,79 em setembro. Na sequência, aparecem o Centro-Oeste (-0,6%), para R$ 750,88; o Nordeste (-0,55%), para R$ 712,01; e o Sudeste (-0,52%), para R$ 814,27.
A região Norte teve a menor queda de preços em setembro, com recuo de 0,31%, para R$ 871,06.
O que diz a Abras
Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, o resultado se deve a fatores como o impacto pontual do calendário e das variações típicas do varejo alimentar.
“O resultado mensal foi influenciado pelo efeito calendário, com um final de semana a mais em agosto, e pelo aumento de 3% no consumo associado ao Dia dos Pais, tradicionalmente uma das datas que mais impulsionam o consumo no terceiro trimestre”, explicou.
Dia dos Supermercados
O Dia dos Supermercados vem ganhando protagonismo no calendário promocional do setor, ao lado da Black Friday. Neste ano, a data será comemorada no dia 12 de novembro.
Para Milan, o fortalecimento dessa sazonalidade é decorrente da atuação coordenada entre varejo e indústria. “O Dia dos Supermercados é um marco na transformação de ações promocionais em experiências memoráveis. Sabemos que, em média, 90% dos produtos disponíveis são equivalentes em todos os canais – e o diferencial da data está na forma como o setor tem entregado valor ao consumidor”, avalia.
A combinação entre a entrada do 13º salário, no fim de novembro, o avanço do mercado formal e o aumento da renda deve continuar estimulando o planejamento antecipado das compras, mantendo a tendência observada nos últimos três anos, desde que a data foi criada.
