O vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Rogério Correia (PT-MG), causou desconforto em parlamentares bolsonaristas ao exibir uma foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Malásia. A situação ocorreu durante a oitiva desta segunda-feira (27/10) da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Antes de exibir a imagem, Correia disse: “Tem gente que gosta de concluir com foto essas coisas. Por aí, uma pessoa que está sendo aqui blindada, que de tudo sabia, mas está sendo blindada. Por aí, a foto do ex-presidente Jair Bolsonaro junto com fiscais […] Cada um tem a foto que merece. Vamos botar outra foto pra mostrar as diferenças. Essa é a foto que incomoda os bolsonaristas que estavam aflitos: o presidente Lula fazendo o que um presidente deve fazer — se distensionando, negociando e não roubando”, ironizou Correia.
Confira o vídeo:
A fala do petista foi seguida de gritos e vaias de parlamentares, que ficaram incomodados com a foto. O presidente da Comissão, Carlos Viana (Podemos-MG), precisou interromper e pedir decoro aos congressistas.
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“Gostaria de lembrar o ambiente em que nós estamos. Essa é uma CPMI […] As pessoas esperam de nós compromisso”, disse Viana.
CPMI do INSS
A Comissão ouve, nesta segunda, o ex-diretor de Governança do INSS Alexandre Guimarães, alvo da Operação Sem Desconto da Polícia Federal (PF), por suspeita de envolvimento em fraudes.
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
