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    Da melancolia do sertão aos hits românticos: as duas faces de Fagner

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    Raimundo Fagner, que se apresenta no Festival Estilo Brasil no dia 24 de outubro, no Ulysses Centro de Convenções, possui uma trajetória artística marcada por uma fascinante dualidade. De um lado, está o poeta denso e regionalista da MPB dos anos 1970; do outro, o popstar romântico que dominou as paradas de sucesso nas décadas seguintes.

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    A carreira começou a decolar no início dos anos 1970, associado ao “Pessoal do Ceará”, um grupo de talentos que incluía Belchior e Ednardo.

    Fagner chamou rapidamente a atenção, especialmente após “Mucuripe” ser gravada por Elis Regina em 1972. Nessa fase, ele era um artista de “elevada autoestima” que “chegou falando alto na MPB”.

    A vertente mais sombria e lírica é bem representada por álbuns como “Ave Noturna” (1975). Esse disco, lançado pela Continental, exibia uma estética densa, marcada pela melancolia entranhada em belas canções.

    Nele, Fagner dava voz aos corações do agreste, mas já vislumbrando sonoridades urbanas. Em faixas como “Ave noturna”, ele se autodefiniu liricamente: “Eu sou vereda de espinhos / Seca flor do Juazeiro”.

    Contudo, Fagner também se tornou um gigante comercial. Após um conselho de Roberto Carlos, ele passou a gravar músicas com maior apelo popular, o que o levou a emplacar megahits românticos.

    Ele mesmo reconhece a mudança de imagem, afirmando: “Hoje eu sou brega, antes eu era elite, quer dizer, eu já passei por tudo…”.

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    O sucesso comercial explodiu com canções como “Borbulhas de Amor” e, principalmente, “Deslizes” (1987), balada romântica que ajudou a catapultar o álbum “Romance no Deserto” a mais de 700 mil unidades vendidas, mantendo-se nas paradas por mais de 700 dias.

    A voz rascante e inconfundível de Fagner se adaptou a essa dualidade, ligando o sertão aos temas de novela.

    A apresentação no Estilo Brasil permitirá ao público testemunhar a união dessas duas facetas, numa noite que promete uma viagem por todas as fases do cantor, focada em canções que foram representativas na premiada carreira.

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    O Festival Estilo Brasil tem o oferecimento do Banco do Brasil Estilo, patrocínio dos cartões BB Visa, Banco do Brasil e Governo Federal. A realização é do Metrópoles, com produção da Oh! Artes.

    Programação:

    Fagner
    24 de outubro

    Lô Borges, Beto Guedes e Sérgio Hinds
    Turnê: Esquinas & Canções
    25 de outubro

    Martinho da Vila
    31 de outubro

    Tim Bernardes
    8 de novembro

    Paralamas do Sucesso & Dado Villa Lobos
    Turnê: Celebrando 40 anos de Clássicos
    21 de novembro

    Caetano Veloso
    11 de dezembro

    Festival Estilo Brasil

    Local: Ulysses Centro de Convenções
    Ingressos: Bilheteria Digital