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Denunciado na máfia do ICMS é apontado como “sugar baby” de fiscal preso

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Denunciado na máfia do ICMS é apontado como “sugar baby” de fiscal preso

Denunciado por lavagem de dinheiro na chamada Máfia do ICMS, Francisco de Carvalho Neto é apontado como “sugar baby” do ex-auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto (foto em destaque), preso por corrupção e considerado líder do esquema que teria arrecadado R$ 1 bilhão em propinas para fraudar créditos de ICMS em favor de empresas dentro da Secretaria da Fazenda de São Paulo.

Segundo denúncia do Ministério Público paulista (MPSP), Francisco recebeu R$ 5,1 milhões de Artur Neto e comprou o apartamento onde o fiscal vivia — ele foi denunciado em setembro por lavagem em 43 transações bancárias e três compras de imóveis no esquema que teria beneficiado as empresas Fast Shop e Ultrafarma com créditos de ICMS fraudulentos.

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O Metrópoles apurou que, além de uma série de pagamentos feitos por Artur Neto, mensagens trocadas entre eles mostram que Francisco era um “sugar baby” do então auditor da Receita paulista — a expressão é usada descrever quem mantém um relacionamento amoroso em troca de benefícios materiais como dinheiro, viagens, moradia ou pagamento de estudos.

Em agosto, a Operação Ícaro fez busca e apreensão em dois endereços de Francisco, um no centro e outro na zona sul de São Paulo. Em um deles, o suspeito estava acompanhado de uma mulher e teria dito às autoridades que era “sugar baby” do auditor fiscal. Os honorários dos serviços prestados renderiam cerca de R$ 100 mil mensais ao suposto amante profissional.

De acordo com o MPSP, os pagamentos a Francisco foram feitos entre fevereiro de 2023 e dezembro de 2024, por meio da Smart Tax, empresa registrada em nome de Kimio Mizukami da Silva, mãe do fiscal que também foi denunciada. Dois imóveis teriam sido comprados pelo “sugar baby” e posteriormente transferidos para a Smart Tax.

Além disso, um apartamento na Avenida Santo Amaro, zona sul da capital paulista, está em nome de Francisco de Carvalho Neto, mas e-mails interceptados pelos investigadores mostram que o imóvel “pertencia a Artur”.

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Dinheiro apreendido na Operação Ícaro

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Dinheiro encontrado em casa de fiscal Artur Gomes da Silva Neto, investigado por corrupção

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Pacotes de dinheiro foram encontrados em casa de fiscal Artur Gomes da Silva Neto, investigado por corrupção

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Dinheiro encontrado em casa de fiscal Artur Gomes da Silva Neto, investigado por corrupção

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Máfia do ICMS

Deflagrada em agosto, a Operação Ícaro revelou uma máfia de auditores e ex-auditores fiscais que inflavam e antecipavam créditos de ICMS para empresas, como a Ultrafarma e a Fast Shop, em troca do pagamento de propina. O dono da Ultrafarma, Sidney Oliveira, chegou a ser preso, mas depois foi solto. Ele nega as irregularidades e não foi denunciado.

Já um diretor da Fast Shop, que também foi detido na operação, confessou o crime junto com outros dois dirigentes da varejista que fecharam acordo com o MPSP e pagaram R$ 100 milhões em multas, além de devolver o valor proveniente da fraude. A empresa anunciou que fechará 11 lojas após o escândalo.

A Smart Tax, empresa da mãe do ex-auditor Artur Gomes da Silva Neto, chegou a emitir R$ 1 bilhão em notas fiscais, que seriam referentes à propina recebida no esquema. Ele está preso de forma preventiva. O Metrópoles tentou contato com as defesas do ex-auditor e de Francisco de Carvalho Neto, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

Quem já foi denunciado

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