A deputada estadual Beth Sahão (PT-SP) enviou um requerimento à Comissão de Defesa dos Interesses da Mulher da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para que a secretária estadual de Políticas para a Mulher de São Paulo, Valéria Bolsonaro (PL), e Amanda Servidoni (ao centro na foto em destaque), servidora municipal de Rio Claro (SP) filiada ao PL, compareçam ao colegiado.
O requerimento foi motivado pelos áudios revelados pelo Metrópoles em que Amanda pede “cashback” de R$ 100 mil em emendas de R$ 300 mil. Ela é servidora municipal licenciada de Rio Claro, foi chefe de gabinete do vice-prefeito e se filiou ao PL em junho, em cerimônia na executiva Estadual na capital paulista ,ao lado de Valéria Bolsonaro e do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.
Leia também
-
Em áudio, filiada ao PL cobra “cashback” de 1/3 de emenda em SP
-
Secretária pede investigação de aliada que cobrou “cashback” de emenda
-
“Desses 300 quero pelo menos 100”, diz filiada ao PL sobre emenda. Ouça
-
Emenda Pix para asfalto alça cidades ao topo de ranking pré-eleitoral
“A presença das convidadas na Comissão sobre as ações da Secretaria demostrará o compromisso com a ética pública, a transparência administrativa e a boa condução das políticas para as mulheres no Estado de São Paulo”, diz o requerimento.
Amanda se apresenta como assessora de Valéria, embora a informação seja negada pela equipe da secretária, e Amanda nunca tenha ocupado cargos públicos na Secretaria de Estado de Políticas para a Mulher, nem no gabinete de Valéria quando ela era deputada na Alesp.
Amanda é presidente do projeto Mulheres pela Fé, que funciona no mesmo prédio do escritório político de Valéria Bolsonaro de Rio Claro. O local foi inaugurado em uma cerimônia na quinta-feira passada (23/10).
O requerimento da deputada Beth Sahão ainda precisa ser pautado e aprovado na Comissão pela presidente do colegiado, Dani Alonso (PL-SP).
PL de Rio Claro cobra executiva estadual
Na segunda-feira (27/10), o diretório municipal de Rio Claro enviou um e-mail para a Executiva estadual do PL, onde Amanda Servidoni foi filiada em junho. A mensagem da presidente do partido informa que o “episódio que envolve a Sra. Amanda da Silva Servidoni, filiada no início de junho, diretamente no Diretório Estadual” causa impacto no diretório municipal do partido e pede orientações.
“Nos últimos dias, a partir de graves denúncias publicadas originalmente pela plataforma de notícias Metrópoles, órgãos de comunicação do Brasil inteiro vinculam a imagem do PL de Rio Claro a um suposto esquema de cobrança de ‘cashback’ para liberação de emendas parlamentares”, diz o e-mail assinado pela presidente do diretório municipal do PL, Neia Garcia. O e-mail ainda não foi respondido pela Executiva estadual.
A aliados, Neia tem reclamado que Amanda se movimentou nos bastidores para macular sua imagem e tentar ficar com o comando do PL de Rio Claro. A filiação de Amanda na capital paulista, sem nenhum tipo de consulta ao diretório municipal, foi vista como uma confirmação de que a aliada de Valéria Bolsonaro queria tomar o poder do diretório do PL na cidade do interior de São Paulo.
Secretária se defendeu nas redes
A Secretaria foi às redes sociais para se defender após a divulgação dos áudios. Ela nega qualquer envolvimento com os fatos, diz que é vítima de violência política e que tentam envolvê-la em “situações difíceis”. Valéria disse que levou o material ao Ministério Público de São Paulo (MPSP).
“Pedi pessoalmente, pedi, encaminhei para o Ministério Público toda a reportagem, áudio, tudo que estava ali, que eu vi na internet, encaminhei para o Ministério Público pedindo apuração de todos os fatos, para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível e da melhor forma possível. Eu sigo trabalhando tranquila, não tenho nada a dever para ninguém. Por isso, fiz esse pedido para o Ministério Público, tá? Então, continuamos o nosso trabalho, vamos seguir”, disse a secretária estadual no vídeo publicado no Instagram.
