O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) classificou como “perseguição política” a ação penal movida contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF) após chamar o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) de “vagabundo” nas redes sociais. A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (8/10), o pedido de sustação do andamento do processo.
A denúncia, apresentada por Vanderlan, acusa o parlamentar de difamação e injúria em razão das declarações feitas em vídeo publicado em 2021. Segundo o documento, Gayer teria atribuído ao senador comportamento desonesto ao usar a expressão ofensiva em contexto político.
O deputado Gustavo Gayer
Agência Câmara
Senador Vanderlan Cardoso
Hugo Barreto/Metrópoles
@hugobarretophoto
Ministro Alexandre de Moraes é o relator da ação penal de Vanderlan contra Gayer
Rosinei Coutinho/STF
Durante a sessão da CCJ, Gayer afirmou que o processo tem caráter político e foi usado como instrumento de intimidação. “Como eleitor indignado, eu chamei o senador de ‘vagabundo’. Mas há outro senador e vários políticos da esquerda que me chamam de assassino. Esse processo está sendo usado para me cassar e prender”, declarou.
O deputado também criticou o que chamou de tratamento desigual entre parlamentares de direita e de esquerda. Ele citou decisões judiciais em que adversários políticos foram absolvidos sob o argumento de imunidade parlamentar e disse que o mesmo entendimento deveria valer para seu caso.
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Em discurso na comissão, Gayer lamentou o uso da CCJ para o que chamou de fins políticos e afirmou que o episódio representa “mais um capítulo na erosão das prerrogativas parlamentares”. “Nós estamos cada vez mais e mais perdendo nossas prerrogativas. Me pergunto se vale a pena sairmos de nossas casas para votarmos algo, sendo que numa canetada alguns ministros podem derrubar tudo”, disse.
Com a decisão da CCJ, o pedido de sustação segue para análise do plenário da Câmara, que dará a palavra final sobre a paralisação da ação penal.
Procurado, o senador Vanderlan Cardoso não se manifestou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.