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    Diabo Loiro do PCC é ex-padrasto de MC Ryan SP, que criou como filho

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    Preso na manhã desta quinta-feira (30/10) sob a suspeita de envolvimento com a lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), o produtor rural Eduardo Magrini, o Diabo Loiro, foi padrasto de Ryan Santana dos Santos, o MC Ryan SP.

    O funkeiro, que conta com 1 milhão de seguidores no Instagram, mantém uma relação próxima com o meio-irmão, também filho de Diabo Loiro, que criou Ryan como um filho. O criminoso, que estava foragido até a manhã desta quinta, também chegou a representar o Brasil em competições de hipismo.

    Ryan, inclusive, trata o filho de Diabo Loiro como irmão nas redes sociais, nas quais posou com ele durante uma viagem a Paris, onde pediu para retomar o namoro com uma jovem.

    4 imagensEduardo Magrini é conhecido como "Diabo Loiro"Em publicações nas redes sociais, "Diabo Loiro" ostenta fotos com carros e motos de luxoEduardo Magrini se apresenta como produtor rural Fechar modal.1 de 4

    Com cerca de 100 mil seguidores, Magrini se apresenta como influencer digital

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    Eduardo Magrini é conhecido como “Diabo Loiro”

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    Em publicações nas redes sociais, “Diabo Loiro” ostenta fotos com carros e motos de luxo

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    Eduardo Magrini se apresenta como produtor rural

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    Condenado por tráfico

    Em 2016, Diabo Loiro foi condenado a 6 anos e 8 meses de prisão, em regime inicial fechado, pela prática de tráfico de drogas. A defesa dele  interpôs na ocasião um recurso especial junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), além de um recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal (STF) contra essa condenação.

    O recurso especial estava pendente de julgamento no STJ com o ministro Rogério Schietti, em outubro de 2017. Na época, a Justiça paulista manteve a decisão de prisão, enfatizando que o agravo regimental no STJ não possuía efeito suspensivo. Acrescentou que a condição pessoal do condenado, como representante do Brasil no Hipismo, “em nada influencia o cumprimento da medida”.

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    Na sequência, mandados de prisão foram expedidos, mas em várias datas os documentos não foram cumpridos porque Diabo Loiro não foi localizado.

    O último registro processual, obtido pelo Metrópoles, indica que a Justiça, em 28 de agosto de 2018, acolheu pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP) para aguardar por um ano a eventual localização do réu para prisão. A situação de Eduardo Magrini, portanto, era a de um sentenciado condenado em segunda instância, que não havia sido  localizado para o início do cumprimento de sua pena de prisão.

    Preso em operação

    Diabo Loiro foi preso na manhã desta quinta-feira durante a Operação Off White, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro do PCC. Ele é apontado como membro do alto escalão da maior facção criminosa do país.

    O agora preso também é suspeito de participação direta em ataques contra as forças de segurança, além de apontado como responsável por atentados contra a sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em 2006, na zona norte paulistana. Diabo Loiro tem antecedentes criminais por homicídio, formação de quadrilha, receptação e uso de documento falso.

    Nas redes sociais, ele se apresenta como produtor rural e influenciador digital, com publicações que mostram carros de luxo, viagens e amizades com figuras conhecidas.

    Diabo Loiro foi padrasto do funkeiro MC Ryan SP em razão de seu relacionamento com a mãe do funkeiro, com quem tem dois filhos.

    Operação Off White

    • A operação cumpre nove mandados de prisão preventiva e outros 11 de busca e apreensão nas cidades de Campinas, Artur Nogueira e Mogi Guaçu, no interior de São Paulo.
    • A “Off White” é um desdobramento da operação que resultou na prisão, no fim de agosto, de dois empresários acusados de participar de um plano para matar o promotor de Justiça Amauri Silveira Filho, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Campinas.
    • A partir da análise de documentos apreendidos, os promotores identificaram uma rede de empresários, agiotas, traficantes e influenciadores envolvidos em transações financeiras e imobiliárias para esconder dinheiro obtido com o tráfico de drogas.
    • Em dado momento da existência do grupo criminoso, iniciou-se uma série de desavenças negociais entre seus membros. Foi justamente nesse contexto que os investigados concretizaram, segundo a promotoria, diversas transações imobiliárias e financeiras para dissipar seu patrimônio e ocultar os verdadeiros beneficiários e a origem criminosa dos bens e valores.