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    Dólar abre em alta sem “payroll” e com dados da indústria no Brasil

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    O dólar operava em alta na manhã desta sexta-feira (3/10), no terceiro dia de paralisação de diversos setores da máquina governamental dos Estados Unidos, o que acabou impedindo a divulgação do “payroll”, relatório oficial de empregos no país.

    No cenário doméstico, os investidores repercutem dados sobre a produção industrial no Brasil referentes ao mês de agosto.

    Dólar

    Ibovespa

    • As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
    • No dia anterior, o indicador fechou o pregão em queda de 1,08%, aos 143,9 mil pontos.
    • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula baixa de 1,53% no mês e alta de 19,72% no ano.

    “Shutdown”, dia 3

    O “shutdown” paralisa parcialmente o governo norte-americano desde a última quarta-feira (1º/10). O país vive seu terceiro dia de paralisação após o Congresso não chegar a um acordo sobre o financiamento de serviços públicos diante do impasse entre republicanos e democratas.

    O colapso nas finanças significa que funções governamentais cruciais – desde serviços de empréstimo para pequenas empresas a parques nacionais e treinamento profissional para veteranos – serão congeladas até que os legisladores aprovem mais verbas.

    O congelamento ocorreu em razão de os democratas do Senado terem bloqueado um pacote temporário de financiamento criado para dar aos legisladores mais tempo para negociar projetos de lei de gastos para o ano inteiro, o que a Câmara controlada pelo Partido Republicano já havia aprovado.

    É a primeira paralisação governamental em quase sete anos. A última ocorreu durante o primeiro mandato presidencial de Trump (2017-2021), quando as funções governamentais foram suspensas durante 35 dias, em dezembro de 2018.

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    Sem “payroll”

    A incerteza nos EUA ganhou corpo à medida que o mercado processou que a paralisação de áreas da administração afetaria a divulgação de dados econômicos importantes. Esse é o caso do “payroll”, que trata do mercado de trabalho, cuja veiculação dos dados era aguardada para esta sexta-feira, mas não ocorrerá.

    O “payroll” é um dos dados mais relevantes sobre emprego nos EUA. Ele é usado pelos agentes econômicos para calibrar as expectativas em relação a novos cortes de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano). A cada divulgação dos números, os mercados globais de câmbio e ações reagem de maneira imediata.

    A economia dos EUA registrou a criação de 22 mil novas vagas de emprego fora do setor agrícola em agosto, de acordo com dados do Departamento do Trabalho do governo norte-americano.

    Agosto foi o quarto mês consecutivo com resultados inferiores a 100 mil empregos nos EUA. É o ritmo mais fraco do mercado de trabalho norte-americano desde a pandemia de Covid-19.

    A divulgação dos dados do relatório de emprego nos EUA era esperada com expectativa ainda maior, em um contexto no qual dirigentes do Fed vinham indicando a perda de fôlego do mercado de trabalho norte-americano como um dos pontos centrais para orientar a decisão sobre a taxa básica de juros.

    A próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed está marcada para o dia 29 de outubro. Sem os dados oficiais de emprego, em função da paralisação da máquina pública, é mais difícil para a autoridade monetária diagnosticar se a atividade econômica está arrefecendo ou não.

    Atualmente, a taxa de juros nos EUA está situada no intervalo entre 4% e 4,25% ao ano. Na última reunião, houve um corte de 0,25 ponto percentual e, até o fim do ano, analistas do mercado esperam mais duas quedas no mesmo patamar.

    Produção industrial no Brasil

    No front interno, o mercado repercute os novos dados sobre a produção industrial divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    De acordo com o levantamento, a produção industrial nacional cresceu 0,8% em agosto deste ano, na comparação com julho. Em relação a agosto de 2024, houve redução de 0,7% O acumulado no ano foi de 0,9%, e o dos últimos 12 meses chegou a 1,6%.

    Na passagem de julho para agosto, três das quatro grandes categorias econômicas e 16 dos 25 ramos industriais tiveram avanço na produção. Entre as atividades, as influências positivas mais importantes foram assinaladas por produtos farmoquímicos e farmacêuticos (13,4%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,8%) e produtos alimentícios (1,3%).