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    Dólar abre estável com Focus, PIB da China e EUA no radar do mercado

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    O dólar operava perto da estabilidade na manhã desta segunda-feira (20/10), com o mercado abrindo a semana de olho nos indicadores do Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), e em dados sobre a economia da China.

    Dólar

    • Às 9h23, a moeda dos Estados Unidos recuava 0,09% e era negociada a R$ 5,401, praticamente estável.
    • Na sessão da última sexta-feira (17/10), o dólar fechou em baixa de 0,69%, cotado a R$ 5,405.
    • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 1,55% no mês e perdas de 12,54% no ano frente ao real.

    Ibovespa

    • As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
    • No último pregão da semana passada, o indicador fechou em alta de 0,84%, aos 143,3 mil pontos.
    • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula queda de 2% em outubro e valorização de 19,15% em 2025.

    Relatório Focus

    Na agenda doméstica, o principal destaque desta manhã é a divulgação dos dados do Relatório Focus, que reúne a média das projeções do mercado financeiro sobre a economia brasileira.

    Pela quarta semana consecutiva, analistas do mercado revisaram para baixo a projeção de inflação para 2025, que passou de 4,72%, na semana passada, para 4,7%. A meta para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, é de 3%, com um intervalo que vai de 1,5% a 4,5%. Ou seja, mesmo com o corte na estimativa, os analistas ainda esperam que a inflação estoure o teto da meta.

    Há um mês, a expectativa era a de que o índice ficasse em 4,83%. O IPCA acumula alta de 5,17% nos últimos 12 meses até setembro. Nesse ritmo e patamar, o país caminha para mais um ano em que o objetivo será desobedecido.

    Por outro lado, houve leve aumento na projeção de crescimento da economia brasileira neste ano. Para os economistas consultados pelo BC, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá avançar 2,17%, ante a projeção de 2,16% da semana passada.

    O Relatório Focus resume as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação. O boletim é divulgado, normalmente, às segundas-feiras. O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio (dólar), taxa Selic, entre outros indicadores.

    Leia também

    Economia da China

    No front externo, em meio ao acirramento da guerra comercial com os EUA, a economia da China registrou forte desaceleração no terceiro trimestre deste ano, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira.

    Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS), o Produto Interno Bruto (PIB) do gigante asiático avançou 4,8% entre julho e setembro de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado.

    No segundo trimestre, o PIB chinês havia avançado 5,2%. O resultado do período entre julho e setembro veio em linha com as estimativas dos analistas do mercado, que já esperavam essa desaceleração.

    Já em relação ao trimestre anterior, a economia da China teve expansão de 1,1%, ainda de acordo com o NBS. A meta do regime chinês é de um crescimento anual de pelo menos 5% em 2025.

    O Banco do Povo da China (PBOC), o equivalente ao Banco Central do país, anunciou a manutenção das taxas básicas de juros da economia do país. A autoridade monetária chinesa manteve a taxa primária de empréstimos de 1 ano (que serve como referência para os bancos) em 3%.

    O Banco Central da China também não mexeu na taxa preferencial de empréstimos de 5 anos (referência para as hipotecas), que permaneceu em 3,5%. As duas taxas de juros já haviam sido reduzidas em maio deste ano e estão nas mínimas históricas. Foi o quinto mês consecutivo que os juros se mantiveram inalterados na China.

    EUA

    Nos EUA, as atenções do mercado seguem voltadas para o prolongado “shutdown” que vem afetando amplos setores da economia do país. A paralisação de diversas áreas do governo se deve à falta de consenso entre democratas e republicanos para a aprovação do orçamento no Congresso Nacional.

    Na semana passada, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que o “shutdown” vem “atingindo os músculos da economia” dos EUA, causando prejuízos estimados em cerca de US$ 15 bilhões por dia.

    Os investidores também continuam monitorando possíveis indicações acerca da trajetória da taxa básica de juros, atualmente situada no intervalo entre 4% e 4,25% ao ano.

    Na semana que vem, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) se reunirá novamente para definir a nova taxa de juros. A maioria dos analistas do mercado acredita em mais um corte de 0,25 ponto percentual.