MAIS

    Dólar abre estável com inflação no Brasil e nos EUA, Lula e Trump

    Por

    O dólar operava praticamente estável na manhã desta sexta-feira (24/10), na última sessão do mercado na semana, com os investidores repercutindo dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos.

    O mercado também segue em compasso de espera pela reunião entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos EUA, Donald Trump, que deve ocorrer no próximo domingo (26/10), na Malásia.

    Outro destaque é o encontro já confirmado entre Trump e o líder da China, Xi Jinping, no dia 30, em que ambos devem discutir a guerra comercial entre os dois países.

    Dólar

    Ibovespa

    • As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
    • No dia anterior, o indicador fechou o pregão em alta de 0,59%, aos 145,7 mil pontos.
    • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula queda de 0,35% em outubro e valorização de 12,15% em 2025.

    Prévia da inflação no Brasil

    De acordo com dados divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a “prévia” da inflação oficial do país, ficou em 0,18% em outubro.

    O resultado deste mês ficou 0,3 ponto percentual abaixo do registrado em setembro (0,48%).

    No acumulado do ano, o IPCA-15 tem alta de 3,94% e, nos últimos 12 meses, de 4,94%, abaixo dos 5,32% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro do ano passado, a taxa foi de 0,54%.

    Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, seis tiveram alta em outubro. O maior impacto positivo veio de transportes (0,41%), seguido por despesas pessoais (0,42%).

    Alimentação e bebidas (-0,02%), grupo de maior peso no índice, teve queda de preços pelo quinto mês consecutivo. As demais variações ficaram entre o recuo de 0,64% de artigos de residência e o aumento de 0,45% em vestuário.

    O resultado do IPCA-15 de outubro veio abaixo das estimativas dos analistas do mercado, que apontavam para um índice de 0,25% (mensal) e 5,02% (anual).

    Leia também

    Inflação nos EUA

    Outro destaque da agenda econômica nesta sexta-feira é a divulgação dos dados oficiais de inflação nos EUA. O Índice de Preços ao Consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), divulgado pelo Departamento do Trabalho, é um dos principais referenciais para o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) definir a taxa básica de juros no país.

    Em agosto, o indicador ficou em 2,9%, na base anual, ante 2,7% registados em julho. Na comparação mensal, o índice foi de 0,4%. A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano. Embora não esteja nesse patamar, o índice vem se mantendo abaixo de 3% desde julho de 2024.

    Em sua última reunião, em setembro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed reduziu os juros da economia norte-americana em 0,25 percentual. Eles estão situados no intervalo entre 4% e 4,25% ao ano.

    A próxima reunião do Fed acontece na semana que vem, nos dias 28 e 29. A expectativa majoritária do mercado é por mais dois cortes de 0,25 ponto percentual nos juros até o fim deste ano.

    Lula e Trump

    Os investidores também monitoram a agenda internacional do presidente Lula, que desembarcou em Kuala Lumpur, capital da Malásia, na madrugada desta sexta-feira, pelo horário de Brasília. O petista participará da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

    A maior expectativa do mercado é pelo encontro entre Lula e Trump, possivelmente no próximo domingo, em que devem ser discutidas as tarifas comerciais de 50% aplicadas pela Casa Branca sobre grande parte dos produtos brasileiros exportados para os EUA.

    Lula reafirmou que “não haverá veto” a qualquer assunto durante a reunião com Trump. Em entrevista a jornalistas ao final de uma visita à Indonésia, o petista comentou pontos que gostaria de discutir com o chefe da Casa Branca. Ele afirmou que quer mostrar números que comprovam que houve “equívoco” nas tarifas de 50% aplicadas ao Brasil, além das sanções impostas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

    “Tenho toda disposição em defender os interesses do Brasil e mostrar que houve equívoco nas taxações. E eu quero provar isso com números. E também quero discutir um pouco a punição que foi dada a ministros brasileiros da Suprema Corte, que não tem nenhuma explicação, nenhum entendimento”, disse Lula.

    “Eu quero ter a oportunidade de dizer para o Trump o que o Brasil espera dos EUA e dizer para ele o que o Brasil tem para oferecer. Eu já disse por telefone: ‘Não existe veto a nenhum assunto’. Não tem assunto proibido para um país do tamanho do Brasil conversar com um país do tamanho dos EUA. Portanto, vai ser uma reunião livre”, completou.

    Trump e Xi Jinping

    Ainda em relação à guerra comercial, os investidores também repercutem a confirmação do encontro entre Donald Trump e o líder da China, Xi Jinping, na semana que vem.

    Nessa quinta-feira (23/10), a Casa Branca confirmou que Trump viajará para a Malálisa e, na sequência, passará por Japão e Coreia do Sul, onde se encontrará com Xi.

    O encontro entre os líderes das duas maiores potências econômicas do planeta ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 30. A expectativa é a de que haja avanço nas negociações comerciais entre Washington e Pequim.

    Nos últimos dias, os mercados reagiram negativamente a relatos de uma possível nova escalada nas tensões comerciais entre os dois países, após notícias de que a Casa Branca planeja impor restrições a exportações de produtos baseados em software para o país asiático.

    Nesta sexta-feira, após a confirmação da reunião entre Trump e Xi, os principais índices das bolsas de valores da Ásia fecharam em alta. Na China continental, as ações em Xangai atingiram as máximas em dez anos.