Portal Estado do Acre Notícias

Dólar cai a R$ 5,46 e Bolsa sobe com alívio na crise entre EUA e China

dolar-cai-a-r$-5,46-e-bolsa-sobe-com-alivio-na-crise-entre-eua-e-china

Dólar cai a R$ 5,46 e Bolsa sobe com alívio na crise entre EUA e China

Em um dia de otimismo nos mercados globais, o dólar terminou a sessão desta segunda-feira (13/10) em forte baixa, em meio à diminuição nas tensões comerciais e diplomáticas entre Estados Unidos e China, as duas maiores potências econômicas do planeta.

Ainda no front externo, os investidores reagiram de forma positiva ao cessar-fogo na Faixa de Gaza, que interrompeu o conflito entre Israel e o Hamas após mais de dois anos, com a libertação dos reféns que estavam sob domínio do grupo terrorista, em um acordo costurado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

O Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3), fechou o pregão em forte alta, beirando os 142 mil pontos.

Dólar

Ibovespa

Trump acena à China após aumentar tarifas

No primeiro pregão da semana, os investidores monitoraram a escalada nas tensões comerciais e diplomáticas entre EUA e China, as duas maiores potências econômicas do planeta.

No domingo (12/10), Donald Trump afirmou que quer “ajudar e não prejudicar a China”, apenas dois dias depois de impor tarifas de 100% sobre produtos chineses. Em publicação na Truth Social, rede social do republicano, Trump também disse que o líder chinês, Xi Jinping, “teve um momento ruim” com o aumento tarifário e que ele “não quer a depressão do seu país”, se referindo a possíveis retaliações econômicas de Pequim.

“Não se preocupem com a China, vai ficar tudo bem! O altamente respeitado presidente Xi apenas teve um momento ruim. Ele não quer uma depressão para o seu país — e eu também não quero. Os EUA querem ajudar a China, não prejudicá-la!”, declarou.

Mais cedo, o porta-voz do Ministério do Comércio da China disse que “se os EUA persistirem em agir unilateralmente, a China tomará de forma resoluta as medidas correspondentes para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos” e que “recorrer a ameaças de tarifas altas não é a maneira correta de se envolver com a China”.

O anúncio de Trump sobre as tarifas ocorreu após o governo chinês divulgar uma série de controles de exportação sobre terras raras, baterias de lítio e materiais superduros, insumos essenciais para a produção de eletrônicos e produtos tecnológicos – uma área crítica para Trump, que chamou a medida de “extraordinariamente agressiva”.

Leia também

Na sexta-feira, Trump anunciou que seu governo vai impor uma tarifa adicional de 100% sobre todos os produtos importados da China, em resposta ao que chamou de “posição extraordinariamente agressiva” adotada por Pequim no comércio internacional. A medida deve entrar em vigor em 1º de novembro, mesma data prevista para o início de novas restrições comerciais impostas pela China.

Após o aceno de Trump aos chineses, aumentou a expectativa do mercado por um encontro ou ao menos uma reunião virtual entre o presidente dos EUA e o líder do regime chinês, Xi Jinping, para tratar das relações comerciais entre os dois países.

Cessar-fogo entre Israel e Hamas traz otimismo

Donald Trump e líderes mundiais assinaram nesta segunda-feira o acordo de cessar-fogo em Gaza, dando fim à guerra entre Israel e Hamas.

A cerimônia de assinatura ocorreu na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh. “Dia incrível para o mundo”, disse o presidente norte-americano. “Com o acordo histórico que acabamos de assinar, as preces de milhões finalmente foram atendidas”, declarou Trump. “Juntos, alcançamos o que todos diziam ser impossível. Finalmente, temos paz no Oriente Médio.”

Ao lado de mais de 20 líderes mundiais, os EUA assinaram um acordo com o Egito, Catar e Turquia — países que atuaram como mediadores nas negociações entre Israel e Hamas —, para garantir que o cessar-fogo seja permanente. Representantes de Israel, assim como do grupo palestino, não compareceram ao evento.

Antes da cúpula da paz realizada no Egito, Trump esteve em Israel, onde discursou no Parlamento do país. Durante a fala para congressistas israelenses, o presidente dos EUA afirmou que chegou o “fim da era do terror”.

Como parte do acordo costurado pelos EUA, o Hamas libertou 20 reféns que estavam em seu poder desde o início da guerra com Israel. Os reféns foram entregues à Cruz Vermelha e, em seguida, às Forças de Defesa de Israel (FDI). Eles deixaram a Faixa de Gaza e receberam atendimento médico em território israelense.

O acordo ocorre após dois anos dos ataques de 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista Hamas sequestrou 251 pessoas em Israel. Segundo o governo israelense, 48 ainda estavam sob poder do grupo — 28 delas já mortas. As demais foram libertadas em trocas anteriores ou resgatadas por operações militares.

Em contrapartida à libertação dos reféns, Israel se comprometeu a soltar cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua.

Análise

Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a queda do dólar nesta segunda-feira ocorreu “em meio a um ambiente global mais favorável ao risco e à liquidez reduzida por conta de feriado nos EUA, que diminui o volume de negócios e potencializa os efeitos externos sobre o câmbio”.

“A combinação de bolsas em alta, valorização de moedas emergentes e recuperação das commodities — especialmente petróleo e minério de ferro — favorece o real”, observa Shahini.

Para o analista, “o principal impulso vem do tom mais brando de Donald Trump em relação à China, após recuar da ameaça de impor tarifas de 100%, o que reduziu as tensões comerciais”.

“Dados fortes da balança comercial chinesa, com importações acima do esperado, reforçam o otimismo com a atividade global e sustentam o movimento de valorização das divisas emergentes”, explica.

Sair da versão mobile