Os mercados de câmbio e ações mostram, nesta quinta-feira (25/10), um maior apetite por risco no Brasil. Com isso, o dólar, considerado um investimento seguro, registrou queda de 0,20% frente ao real, cotado a R$ 5,38. Já o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), fechou em alta de 0,59%, aos 145.720 pontos.
Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o real e outras moedas de países emergentes se apoiaram na sessão desta quinta-feira no avanço das commodities, com o preço do petróleo saltando mais de 5% depois de novas sanções americanas contra a indústria russa. “Sinais de estímulo ao consumo e planos de fortalecimento tecnológico na China também contribuíram para um ambiente favorável ao risco”, diz o analista.
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Para Shahini, no front monetário, a combinação entre a possibilidade de novo corte de juros nos Estados Unidos e a perspectiva de Selic elevada por mais tempo no Brasil preserva o diferencial de juros entre as duas economias. Isso sustenta fluxos de dólares para o mercado brasileiro via operações de carry trade — estratégia adotada por investidores que tomam dinheiro emprestado em um país com juros baixos e o aplicam em outro país com taxas mais altas.
A melhora no sentimento no pregão desta quinta-feira, nota Shahini, também foi reforçada por expectativas de progresso nas relações comerciais entre Washington e Pequim e também pela agenda diplomática envolvendo o encontro entre o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente americano, Donald Trump, na Malásia,, neste fim de semana. Essa perspectiva ajudou a reduzir incertezas relacionadas à pauta comercial e a dar suporte ao Ibovespa.
Filassi observa, contudo, que, se mantida, a elevação do preço da commodity pode provocar um repique da inflação global, já que o petróleo mais caro encarece combustíveis e transporte. “Se o choque for duradouro, tanto o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) quanto o Banco Central Europeu (BCE) podem ser forçados a adiar os cortes de juros planejados”, diz. “Por enquanto, acredito que se trata de um risco de curto prazo. Tudo dependerá da persistência da alta do petróleo.”
