Dormir junto é uma das imagens mais românticas da vida a dois, mas, na prática, nem sempre é tão simples quanto parece. Um gosta de silêncio, o outro precisa de som ambiente. Um sente calor, o outro vive coberto até o nariz. Um ronca, o outro perde o sono. E aí, o que era para ser um momento de descanso vira terreno de conflito.
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“Essas diferenças são muito comuns em consultório”, afirma a psicóloga e mentora de casais Ana Paula Nascimento. “A cama compartilhada é um dos primeiros pontos onde a intimidade e a individualidade entram em choque.”
Segundo ela, conciliar conforto pessoal com conexão emocional é possível, mas exige ajustes, empatia e conversa aberta. A seguir, reunimos os principais desafios enfrentados por casais na hora de dormir juntos e como superá-los de forma prática (e amorosa).

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Quando o calor do amor não combina com o do cobertor
Temperatura é um dos maiores causadores de conflito noturno. Há quem durma de ventilador ligado até no inverno e quem precise de três cobertas mesmo no verão. A solução, segundo Ana Paula, pode ser mais simples do que parece: cobertores separados.
“É algo muito comum em outros países e funciona muito bem. Cada um tem sua coberta e ajusta à sua necessidade térmica. Isso evita a guerra pelo edredom e respeita o limite do outro”, explica.
Um quer dormir, o outro quer conversar (ou ver série)
Diferenças na rotina de sono são outro ponto crítico: o famoso casal formado por um madrugador e um notívago. A boa notícia? Dá para ajustar sem sacrificar o descanso ou a intimidade.
“O segredo está em criar rituais de transição. O casal pode ter um momento juntos antes de dormir, mesmo que um deles vá para a cama mais tarde”, diz a especialista. “O importante é sinalizar ao outro: ‘Estou aqui, mas também respeito seu ritmo’.”
Dormir separado é problema?
Nem sempre. Embora ainda seja um tabu para muitos, separar quartos ou camas pode ser uma solução temporária — ou até permanente — para melhorar o sono de ambos. “O problema não é dormir em camas separadas. É se afastar emocionalmente e não cuidar da intimidade em outros momentos”, explica Ana Paula.
Ela alerta: privação crônica de sono afeta o humor, o desejo, a paciência e o vínculo. “Se um parceiro está constantemente exausto porque não consegue dormir, a relação sofre. O sono precisa ser uma prioridade do casal, não só de cada um.”

Ronco, insônia e agitação: quando o problema é físico
Ronco alto, pernas inquietas, idas noturnas ao banheiro ou insônia podem se tornar verdadeiros testes de paciência. A dica da especialista é clara: encarem como um desafio do casal, não como uma falha do outro.
“Não adianta dizer ‘você me atrapalha’. O tom precisa ser de parceria: ‘Estamos com um problema, como podemos resolver juntos?’”, orienta Ana Paula.
Entre as soluções práticas, ela sugere:
- Protetores auriculares
- Luzes com intensidade ajustável
- Camas separadas no mesmo quarto
- Consulta médica e terapia do sono, quando necessário
Dicas práticas para dormir juntos sem perder a sanidade (nem o romance)
Se o desejo é manter a cama compartilhada, mesmo com hábitos opostos, vale investir em soluções criativas e funcionais:
- Cama King ou Super King: mais espaço, menos incômodo.
- Dois cobertores diferentes: cada um com o seu, na temperatura ideal.
- Ruído branco: abafa roncos leves e ajuda na qualidade do sono.
- Máscaras e protetores auriculares: aliados para quem precisa de silêncio e escuridão.
- Tecnologia anti-ronco: travesseiros específicos, faixas, tiras nasais — vale testar.
- Colchão que isola movimento: um se mexe, o outro nem sente.
- Rotina de sono conjunta (curta, mas eficaz): escovar os dentes juntos, conversar um pouco antes de dormir.
- Limite de telas na cama: menos luz azul, mais descanso — e mais presença.
- Flexibilidade: testem soluções até achar o que funciona para vocês.
- Conversa aberta e sem críticas: fale sobre o problema com empatia, não com julgamento.



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Dormir bem é também um ato de amor
Mais do que dividir o mesmo lençol, o que sustenta o vínculo é o cuidado com o outro — inclusive no sono. “O casal precisa entender que respeitar as diferenças é um gesto de afeto, não de afastamento”, afirma Ana Paula.
Se a noite for ruim, que o dia comece com acolhimento. E se for preciso dormir separados para dormir melhor, que o encontro seja ainda mais especial nos momentos de vigília. Afinal, a cama pode ser um espaço de conflito ou de conexão — e isso depende muito mais do casal do que do travesseiro.




