Um dia antes da reunião de negociação entre Estados Unidos e Brasil sobre a questão do tarifaço e das sanções impostas a autoridades brasileiras, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo anunciaram que se reuniram com autoridades americanas no Departamento de Estado, em Washington, nesta quarta-feira (15/10). O órgão é comandado por Marco Rubio.
A reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e Rubio, que é o chefe da diplomacia americana, vai ocorrer nesta quinta-feira (16/10). O encontro foi confirmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta.
Confira:
Saindo agora de reunião no Departamento de Estado com @realpfigueiredo08.
Aqui algumas novidades: pic.twitter.com/kCZw7xYBLf
— Eduardo Bolsonaro
(@BolsonaroSP) October 15, 2025
Por meio de seu perfil no X (antigo Twitter), Eduardo afirma que continua a realizar seu trabalho de atualizações, perspectivas e outros fatos que, segundo ele, são necessários para esclarecer o atual cenário político do Brasil.
Figueiredo e o “03” da família Bolsonaro comentaram sobre a celebrada “química” entre o chefe de Estado brasileiro e o presidente norte-americano Donald Trump. “Para as pessoas que falaram que você [Eduardo] tinha sido escanteado, não era mais recebido e que era somente a química do Lula e etc… Eu acho que cai um pouco essa narrativa no meio de um checkdown do governo americano”, disse o jornalista.
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Segundo Figueiredo, ambos foram “maravilhosamente bem recebidos”, e há uma expectativa em relação à reunião entre Viera e Rubio. “A gente entende que essas conversas são normais e boas de acontecer agora. Este é o momento de acontecer; os EUA tomam uma posição forte e vamos ver o que o Brasil tem a oferecer. A posição dos EUA parece ser sempre a mesma e muito clara”, falou Paulo.
Além disso, Eduardo comentou novamente que o Brasil tem uma relação diferente com um aliado ideológico de Trump, enquanto outros países costumam lidar com a área de finanças.
“Hoje foi reafirmado que apenas o Brasil terá como negociador Marco Rubio; será impossível tirar a política da mesa”, afirmou Eduardo.
Eduardo e Figueiredo são considerados líderes do movimento na Casa Branca para que Trump impusesse sanções a autoridades brasileiras.
Trump, tarifas e o Brasil; entenda
- Trump tem ameaçado o mundo com a imposição de tarifas comerciais, desde o início do mandato, e tem dado atenção especial ao grupo do Brics e ao Brasil.
- O presidente norte-americano chegou a ameaçar taxas de 100% aos países-membros do bloco que não se curvarem aos “interesses comerciais dos EUA”.
- Após sair em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Trump ameaçou aumentar as tarifas sobre exportações brasileiras.
- O líder norte-americano alegou que o Brasil não está “sendo bom” para os EUA.
- A taxa de 50% imposta por Trump entrou em vigor em 1º de agosto e é cobrada separadamente de tarifas setoriais, como as que já atingem o aço e alumínio brasileiros.
- Em abril deste ano, o Brasil já havia sido atingido pelo tarifaço de Trump e teve os produtos taxados em 10%, inicialmente.
Encontro tratará de tarifaços e sanções impostas a autoridades
Brasil e EUA sentarão à mesa para iniciar as negociações sobre o tarifaço imposto pelo presidente norte-americano sobre produtos brasileiros.
O encontro pode significar uma retomada nas relações amistosas entre as duas nações, abaladas desde que Trump anunciou, em julho, que as exportações de produtos do Brasil para os Estados Unidos seriam taxadas em 50%.
Após diálogos amistosos entre Trump e Lula, que revelaram boa sintonia e abriram canais de negociação, o chanceler brasileiro Mauro Vieira desembarcou em Washington no início desta semana. A missão de Vieira é dar continuidade às conversas diplomáticas sobre as tensões recentes entre Brasil e Estados Unidos.