Os estudantes da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Franca, no interior de São Paulo, fizeram um dossiê contra um professor do curso de relações internacionais com ao menos 11 denúncias de assédio sexual. O acusado é o docente Gabriel Cepaluni.
Segundo os alunos do curso, o professor retornou para a sala de aula no 2º semestre de 2025 e “desde que voltou, foi acusado inúmeras vezes de assédio, de posições políticas perigosas dentro da sala de aula, se colocou várias vezes constrangendo estudantes, sobretudo mulheres, e fazendo do ambiente universitário um ambiente de agressão”.
As acusações foram apresentadas à universidade no dia 1º de setembro, quando um procedimento de apuração foi instaurado pela direção da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS). O prazo era de 30 dias para conclusão, mas foi prorrogado por mais 30 dias.
Leia também
- 
Aluna de 27 anos denúncia professor por assédio sexual em Santos
 
- 
Assédio sexual: universidades deixam de afastar professores por “falta de pessoal”
 
- 
Professora que furtou cartões de colegas os acusa de assédio. Vídeo
 
- 
Assédio de professor para aluna: “Sou solteiro e você tem 17 anos”
 
No dia seguinte à entrega do dossiê, os alunos realizaram um ato contra o professor, intitulado “RI não tem aula com assediador”. Gabriel Cepaluni compareceu à manifestação e, segundo os próprios alunos de relações internacionais, agrediu os estudantes.
“Quando o professor chegou, ele demonstrou uma atitude extremamente violenta, começou a se colocar contra os estudantes, debochou, fez provocações, gravou o rosto de vários […] O professor começou a ir para cima dos estudantes, tentar furar a barreira com cotoveladas, se jogando, jogando o seu corpo com toda a força para cima dos estudantes, o que ocasionou na lesão de pelo menos quatro estudantes mulheres”, contaram os alunos em vídeo publicado no Instagram do Centro Acadêmico de Relações Internacionais da Unesp Franca.
O caso também é investigado pela Polícia Civil de Franca, que informou que o inquérito policial instaurado pelo 3º Distrito Policial do município foi relatado para apreciação da Justiça e retornou para o cumprimento de diligências complementares a pedido do Ministério Público.



Reprodução/ Instagram
Reprodução/ Instagram
Reprodução/ Instagram
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, um laudo pericial está em elaboração para ser anexado e analisado pelas autoridades competentes.
Defesa do professor
Por meio de nota, os advogados que representam o professor Gabriel Cepaluni informaram que foram notificados sobre a apuração realizada pela Unesp.
“Contudo, é fundamental registrar que o referido documento consiste em um compilado de relatos anônimos, desprovidos de qualquer arcabouço probatório e que não especificam detalhes ou quaisquer outras circunstâncias concretas que permitam verificar a veracidade das alegações ou mesmo individualizar condutas”, afirmaram.
Segundo a nota, a defesa técnica só se manifestará sobre o mérito quando confrontada com acusações formais e devidamente instruídas.
A defesa também aponta que Gabriel Cepaluni foi vítima de agressão física por estudantes dentro da faculdade. “Repudia-se, assim, a aparente e deliberada tentativa de inverter a narrativa dos fatos, buscando transformar a vítima em agressor”, disseram.

 
                                    
