A noite de sexta (24) foi de pura celebração no Festival Estilo Brasil. No palco do Ulysses Centro de Convenções, Fagner transformou duas horas de espetáculo em uma viagem pela história da música brasileira — e pela sua própria. A plateia, composta por diferentes gerações, cantou cada verso como quem revive lembranças guardadas.
Desde os primeiros acordes, ficou claro que o show seria especial. A abertura com “Festa da Natureza” e “Jura Secreta” colocou o público em sintonia imediata com o cantor, que chegou em plena forma e acompanhado por uma banda afinada e entrosada. Na terceira música, “Mucuripe”, Fagner lembrou com emoção de sua estreia nos festivais, há décadas, também em Brasília.
“Tudo começou aqui”, disse, olhando para o público com um sorriso nostálgico.
O repertório foi um passeio por clássicos e joias esquecidas. “Canteiros” surgiu como um dos pontos altos da noite, com os celulares iluminando o auditório. Em seguida, “Deslizes” arrancou aplausos e coro espontâneo. “Essa é pra quem já amou e desamou dançando na sala”, brincou o cantor.
Entre as músicas, Fagner se mostrou falante e afetuoso, relembrando passagens de sua trajetória e a relação profunda com a cidade. “É muito especial estar aqui, mais uma vez, revivendo a história de onde tudo começou.”
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Houve espaço também para surpresas. A delicada “Noturno” e a melancólica “Espumas ao Vento” antecederam o estouro de “Borbulhas de Amor”, cantada em coro por toda a plateia. Depois vieram “Jardim dos Animais”, “Romance no Deserto” e “Guerreiro Menino (Um Homem Também Chora)”, reafirmando a força do intérprete em equilibrar lirismo e emoção. O momento mais espiritual veio com “Oração de São Francisco”, seguida de “Pau de Arara” e “Retrovisor”, numa sequência que alternou fé e saudade.
No meio do show, Fagner brincou com o público: “Parece que eu tô ali me vendo no festival”, disse antes de repetir “Mucuripe”, visivelmente emocionado. O tom nostálgico seguiu com homenagens a dois mestres — Luiz Gonzaga, em “A Morte do Vaqueiro”, e Cartola, em “As Rosas Não Falam”. Na reta final, o cantor transformou o palco em um “baile dos anos 80”, apresentando “Cartaz”, do álbum A Mesma Pessoa.
O encerramento foi apoteótico. Após o público pedir “mais uma”, Fagner retornou com um pout-pourri de “Pedras que Cantam” e “Asa Branca”, antes de fechar a noite com “Eternas Ondas”, sob aplausos de pé.
Antes de subir ao palco, o cantor havia conversado com o Metrópoles sobre o significado desse reencontro com Brasília.
“Se falar em Brasília, se falar em festival, se falar em parceiros, aí tem tudo a ver comigo”, afirmou. “Eu me incluo nesse festival com muita propriedade. É um lugar onde morei, onde tenho uma afinidade muito forte. Toda vez que chego aqui, sinto a energia da família, das pessoas, das memórias.”
Com esse show, Fagner não só revisitou sua história, como a viveu novamente, junto a um público que o acompanha há mais de cinco décadas. O Festival Estilo Brasil segue neste sábado (25) com Beto Guedes, Wagner Tiso e Sérgio Hinds, prometendo mais uma noite de encontros e emoções.
O Festival Estilo Brasil tem o oferecimento do Banco do Brasil Estilo, patrocínio dos cartões BB Visa, Banco do Brasil e Governo Federal. A realização é do Metrópoles, com produção da Oh! Artes.
Programação:
Beto Guedes e Sérgio Hinds
Turnê: Esquinas & Canções
25 de outubro
Martinho da Vila
31 de outubro
Tim Bernardes
8 de novembro
Paralamas do Sucesso & Dado Villa Lobos
Turnê: Celebrando 40 anos de Clássicos
21 de novembro
Festival Estilo Brasil
Local: Ulysses Centro de Convenções
Ingressos: Bilheteria Digital
