O ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates avaliou, nesta terça-feira (21/10), que não enxerga uma “coincidência programada” na decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibram) sobre a Foz do Amazonas ter saído agora. Em entrevista ao Contexto Metrópoles, Prates destacou que o processo de concessão da licença para pesquisa foi longa e se estendeu por muito anos.
“Não acredito que seja uma coincidência programada, existe um cronograma dessa concessão do petróleo […] Existe um compromisso de investimento com garantia financeira depositada para cumprir esse cronograma de trabalho”, disse em entrevista ao Contexto Metrópoles.
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De acordo com Prates, a perfuração liberada pelo Ibama é apenas a primeira etapa de diversos processos técnicos que devem durar vários anos.
“Nesse caso, se trata de um poço exploratório, é um poço que vai pesquisar se existe petróleo. Há indícios que existe formação de petróleo e, eventualmente, acumulação de petróleo nessa região em volumes significativos, mas não há certeza nenhuma”, explicou.
Ele afirmou, ainda, que para de fato explorar petróleo naquela região outras licenças serão necessárias, em um processo técnico e demorado. “Não vai ter gota de óleo fluindo em menos de 7 anos “, disse.
Para ele, o grande licenciamento ainda está por vir, que é a instalação de produção na região. Prates afirmou que esse novo processo será muito mais complexo e mais rigoroso, e vai envolver contrapartidas de natureza socioambiental.
