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    Golpe da Sereia: mulher de preso engana servidor e fatura R$ 30 mil

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    A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou, nesta sexta-feira (17/10), a Operação Golpe da Sereia, para desarticular um esquema de extorsão sexual digital que causou prejuízo de cerca de R$ 30 mil a um agente público gaúcho.

    A ação foi conduzida pelo Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (Dercc) e resultou em três prisões preventivas, uma mulher em Balneário Pinhal e dois homens em Charqueadas, incluindo um detento que coordenava o golpe de dentro de uma penitenciária.

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    Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos celulares, documentos e dispositivos eletrônicos, além do bloqueio de contas bancárias usadas pelos criminosos.

    Segundo o delegado Eibert Moreira Neto, diretor do Dercc, o foco agora é aprofundar as investigações e identificar outros envolvidos.

    “O objetivo é robustecer o conjunto probatório e interromper os contatos com a vítima, evitando novas extorsões”, afirmou o delegado.

    O golpe

    O agente público foi abordado por uma mulher que dizia ser estudante de Direito e moradora da mesma região. Alegando dificuldades financeiras, ela pediu R$ 2 mil de ajuda. Após o primeiro pagamento, as solicitações se repetiram com justificativas diversas, aluguel, móveis e despesas pessoais, até atingir o montante de R$ 30 mil em transferências via Pix.

    Quando as transferências cessaram, os criminosos mudaram de tática. A mulher passou a enviar fotos íntimas e, com outros comparsas, ameaçou denunciar o servidor à polícia, alegando que uma das envolvidas seria menor de idade.

    As investigações revelaram que o golpe era orquestrado por um detento da Penitenciária Modulada de Charqueadas, com apoio de sua companheira, que enviava fotos nuas para seduzir a vítima. Outro preso também foi identificado como participante do esquema.

    Em determinado momento, um dos criminosos chegou a se passar por advogado, dizendo que levaria o caso à imprensa, uma forma de aumentar a pressão psicológica sobre a vítima.

    Rastro digital

    Os investigadores rastrearam os autores por meio de um cruzamento de dados digitais, que revelou o uso de linhas telefônicas e contas bancárias registradas com dados de terceiros. Um único número chegou a estar vinculado a centenas de linhas diferentes, o que evidencia a tentativa de mascarar a origem das operações.

    A Polícia Civil aponta a existência de uma associação criminosa, formada por dois apenados e uma mulher em liberdade, que agiam de forma coordenada para extorquir vítimas em várias regiões do estado.

    Alerta

    O Dercc reforça o alerta sobre o chamado “golpe dos nudes”, que continua a fazer vítimas em todo o país. A orientação é não realizar transferências sem checar a identidade do solicitante e nunca ceder a chantagens, os pagamentos não encerram as ameaças, mas as prolongam.

    Em caso de suspeita, vítimas devem procurar a Polícia Civil e registrar ocorrência, informando números, perfis e e-mails usados pelos golpistas.