O governo federal ampliou, nessa segunda-feira (13/10), a lista de demissões de indicados políticos de parlamentares que votaram contra a Medida Provisória (MP) do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), rejeitada pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (8/10).
Entre os exonerados, estão nomes associados ao PP, do senador Ciro Nogueira, e ao PSD, de Gilberto Kassab. Ambos são apontados por articuladores do Planalto como líderes de movimentos internos que trabalharam para derrotar a MP. Como revelou o Metrópoles, Kassab, que controla três ministérios na gestão Lula, teria prometido 35 votos contrários ao governo.
As novas exonerações incluem nomes da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e da superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A MP, que tratava de uma alternativa ao aumento do IOF, perdeu a validade após ser retirada de pauta, o que compromete parte do equilíbrio fiscal esperado para 2026. Dentro do governo, as exonerações são vistas como uma resposta direta aos parlamentares da base que se afastaram da orientação do Planalto.
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Demissões
Na sexta-feira (10/8), o Metrópoles noticiou as primeiras demissões de nomes indicados pelo Centrão, que atingiram postos na Caixa Econômica Federal, Ministério da Agricultura e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
José Trabulo Júnior, aliado de Ciro Nogueira e indicado para cargos durante o governo Jair Bolsonaro (PL), deixou o posto de consultor da presidência da Caixa Econômica Federal.
A mudança também atingiu a vice-presidência de Sustentabilidade e Cidadania Digital do banco. Paulo Rodrigo de Lemos, indicado por lideranças do PL, foi exonerado, segundo comunicado divulgado pela instituição.
O governo ainda afastou indicados por deputados federais de quatro superintendências estaduais do Ministério da Agricultura. As trocas ocorreram no Paraná e no Maranhão, onde toda a bancada do PSD votou contra o texto da Medida Provisória. Situação parecida foi registrada no Pará e em Minas Gerais, onde os parlamentares do partido se dividiram na votação.
Outra mudança atingiu a superintendência do DNIT em Roraima. A substituição foi determinada após a deputada Helena Lima (MDB-RR), apontada como responsável pela indicação, votar contra a MP.
A Secretaria de Relações Institucionais, chefiada pela ministra Gleisi Hoffmann, está levantando as nomeações ligadas a deputados que se posicionaram contra o governo na votação. Em entrevista ao Metrópoles, na coluna do Igor Gadelha, Gleisi afirmou que deu início a uma reorganização da base no Congresso Nacional, com corte de cargos de parlamentares de partidos do Centrão.