O governo venezuelano afirmou, nesta segunda-feira (6/10), que alertou Washington sobre uma suposta tentativa de atentado contra a embaixada dos Estados Unidos, em Caracas. Segundo autoridades locais, grupos extremistas ligados à oposição venezuelana planejavam colocar explosivos no prédio diplomático, em meio à crescente tensão entre os dois países, após o envio de navios de guerra norte-americanos ao Caribe.
“Informamos ao governo dos Estados Unidos sobre uma ameaça grave: setores extremistas da direita local pretendem realizar uma operação de falsa bandeira, colocando explosivos na embaixada norte-americana em Caracas”, declarou Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional e principal negociador do governo venezuelano nas tratativas com Washington.
O governo Maduro costuma acusar a oposição de envolvimento em conspirações, reais ou fabricadas. Desde o rompimento das relações diplomáticas em 2019, a embaixada dos EUA na capital venezuelana permanece praticamente desativada, com apenas alguns funcionários no local.
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Rodríguez afirmou ainda que o governo reforçou a segurança ao redor da missão diplomática, que “respeita e protege”, e que uma embaixada europeia também foi informada sobre os riscos, para que transmitisse o alerta ao corpo diplomático norte-americano.
Rumores ligam oposição à embaixada dos EUA
Circulam há semanas nas redes sociais rumores de que a líder opositora María Corina Machado, na clandestinidade desde as eleições presidenciais de julho de 2024, estaria refugiada na embaixada dos EUA. A própria Machado não confirmou sua localização, e nem autoridades venezuelanas ou americanas comentaram oficialmente o caso. A oposição reivindica vitória nas eleições, alegando fraude na reeleição de Nicolás Maduro — não reconhecida por Washington e por boa parte da comunidade internacional.
Na sexta-feira, os Estados Unidos realizaram mais uma operação militar no Caribe, alegando combate ao narcotráfico. Um barco suspeito foi atingido, resultando na morte de quatro pessoas. Ao todo, já são pelo menos quatro ataques a embarcações na região, com 21 mortos, dentro da ofensiva lançada por Donald Trump contra cartéis de drogas.
Maduro classificou a ação como “agressão armada” e acusou Washington de usar o narcotráfico como pretexto para tentar promover uma mudança de regime e tomar o controle das reservas de petróleo venezuelanas — entre as maiores do mundo. Na quinta-feira, o governo também denunciou a incursão ilegal de caças americanos em espaço aéreo sob controle venezuelano.
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