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    Grupo que ganhou R$ 20 milhões com golpe criou “universidade do crime”

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    O grupo criminoso que foi alvo de operação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, na manhã desta quinta-feira (1º/10), movimentou mais de R$ 20 milhões com golpes online. A audácia era tanta que os criminosos, segundo os investigadores, chegaram a criar uma “universidade do crime digital”.

    Segundo a investigação, o esquema era comandado por Levi Andrade da Silva Luz, apontado como mentor e responsável por administrar uma rede de instrução de golpes.

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    No Instagram, Levi promovia seu perfil com o slogan “te ensino a pensar como predador digital”, oferecendo mentoria para formar golpistas virtuais.

    A polícia identificou ainda a participação da influenciadora Lais Rodrigues Moreira, conhecida como “Japa”, com mais de 110 mil seguidores. Ela funcionava como “multiplicadora” do alcance criminoso, impulsionando conteúdos fraudulentos e até promovendo jogos de azar ilegais.

    Levi e Lais foram presos durante o cumprimento dos mandados em São Paulo. As investigações seguem para identificar todos os envolvidos.

    Modo selva

    A quadrilha é investigada no âmbito da Operação Modo Selva, deflagrada para desarticular o esquema de fraudes eletrônicas que usava deepfakes de celebridades pra enganar consumidores oferecendo produtos inexistentes. As vítimas eram convencidas a ter acesso ao um suposto produto gratuito em troca apenas do pagamento pelo frete.

    O golpe que deu início às apurações envolvia um vídeo em que Gisele Bündchen “apresentava” um kit antirrugas grátis, induzindo vítimas a pagar taxas de frete.

    Outros famosos também tiveram suas imagens utilizadas, como Angélica Huck, Juliette, Maísa e Sabrina Sato. As deepfakes eram divulgadas em perfis falsos nas redes sociais e direcionavam os interessados para sites fraudulentos.

    A Justiça expediu 26 mandados judiciais, sendo sete de prisão e nove de busca e apreensão, em RS, Santa Catarina (SC), São Paulo (SP), Pernambuco (PE) e Bahia (BA). Além disso, determinou o bloqueio de até R$ 210 milhões em ativos. Até a última atualização, quatro pessoas já estavam presas.