Rio de Janeiro — Um grupo de fiéis instalou um ponto de oração na Praça São Lucas, na Vila Cruzeiro, na manhã de quarta-feira (29/10), horas depois de moradores terem levado dezenas de corpos encontrados na mata que liga os complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio.
O local se tornou o epicentro da dor e da comoção no dia seguinte à megaoperação policial que deixou 119 mortos e foi classificada pelo governo do estado como o maior golpe já desferido contra o Comando Vermelho (CV). Enquanto familiares se revezavam para identificar parentes, membros de uma igreja evangélica montaram uma tenda e iniciaram orações pelo fim da violência.
Leia também
- 
Entre o fogo cruzado e o céu de drones: as 24h que mergulharam o Rio no caos
 - 
PCERJ vai investigar quem retirou roupas de guerra e armas de corpos
 - 
Rio: alguns corpos achados em mata estavam com roupas “de guerra”
 - 
Corpos na Penha têm tiros na cabeça e facadas, dizem moradores
 
Megaoperação no Rio deixa mais de 100 mortos
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Cadáveres serão recolhidos
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Corpos enfileirados na Praça São Lucas
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Segundo moradores, um dos veículos utilizados para transportar corpos da mata até a praça pertence a um pastor da comunidade. O carro foi visto chegando e saindo rapidamente com vítimas colocadas no porta-malas, antes da chegada do rabecão oficial para recolhimento.
O cenário de dor e fé
Comércio fechado e escolas sem funcionamento marcaram o primeiro dia após a ação policial. A praça, normalmente ponto de encontro de crianças e famílias, virou um espaço tomado por corpos e familiares desesperados.
Entre eles, mulheres se ajoelhavam sobre os cadáveres, enquanto orações eram feitas.
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
A coluna identificou que alguns dos mortos estavam com roupas camufladas e teriam sido baleados durante o cerco policial na área de mata. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar pessoas que teriam removido uniformes e armas de suspeitos após a operação, o que pode prejudicar a preservação de provas.
Guerra urbana
Deflagrada por volta das 5h30 de terça-feira (28/10), a Operação Contenção mobilizou 2,5 mil policiais. O governo afirma que a ação foi planejada para retirar o confronto das áreas mais povoadas, evitando riscos aos moradores.
